Polícia não vê indícios de feminicídio em caso de mulher encontrada morta em valeta

Foto: Reprodução / Apple Maps
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Lesão identificada no corpo de Raquel é considerada superficial, mas contradiz versão do suspeito, diz delegado

A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul ainda investiga a morte de Raquel, mulher de 42 anos encontrada neste domingo (27) em uma valeta na zona rural de Terenos, a 31 quilômetros de Campo Grande. Mesmo com uma lesão no corpo da vítima, a principal linha de investigação não aponta, neste momento, para feminicídio.

“Hoje não há elementos que indiquem isso [feminicídio]. Não há elementos de violência no carro ou no corpo e a causa mortis pelo laudo foi infarto”, afirmou ao jornal O Estado o delegado Gabriel Desterro, responsável pelo caso. Ele destacou que a ferida identificada é superficial e “sem maior gravidade”.

Apesar disso, o delegado reconhece que a vitima foi ferida ainda viva. “O que chamou atenção é que se trata de uma bossa, lesão de reação vital, o que contradiz parcialmente a narrativa do suspeito”, disse, explicando que o amante de Raquel afirmou que ela não se feriu em vida. “A ferida não foi estabelecida como causa da morte pelo perito. Pode ter sido provocada, inclusive, no momento em que o corpo foi jogado na valeta, já que há uma repressão de cerca de 70 cm no local em que foi encontrado.”

Raquel tinha histórico de problemas cardíacos, e o laudo médico confirmou infarto como a causa da morte. O homem com quem ela estava disse em depoimento que os dois saíram juntos na madrugada de domingo e pararam o carro às margens da MS-355, onde teriam tido relações sexuais. Ainda segundo o suspeito, a vítima passou mal logo em seguida, e ele tentou levá-la ao hospital, mas acabou abandonando o corpo no trajeto.

O homem dirigiu por cerca de duas horas com o corpo de Raquel no carro até deixá-lo em uma valeta, distante da área urbana. A Polícia Civil agora tenta localizar o celular da vítima, que não foi encontrado nem no veículo nem nas imediações. “Pode ter ficado em casa. A família será intimada amanhã, possivelmente”, disse o delegado.

O conteúdo do aparelho pode ajudar a esclarecer pontos ainda obscuros na investigação. “O caso precisa ser bem explicado, pois há inconsistências relevantes no depoimento do suspeito”, afirmou Desterro. A principal delas é justamente a lesão com sinais de reação vital, que contraria a versão de que Raquel não teria se ferido enquanto ainda estava viva.

Embora a hipótese de homicídio não esteja confirmada, o inquérito segue em aberto.

 

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