Fomento à inovação gera novos negócios e amplia impacto econômico no mercado empreendedor
As startups, que são empresas jovens e com características inovadoras, têm se destacado no mercado sul-mato-grossense. Com políticas públicas estruturadas voltadas à inovação e ao empreendedorismo tecnológico, o Estado têm se destacado nacionalmente com 44,5% das 580 startups ativas em MS, diretamente apoiadas por programas do Governo.
Na prática, isso se traduz em R$ 44 milhões em investimentos públicos nos últimos oito anos, que ajudaram a tirar ideias do papel e a gerar novos negócios de base tecnológica.
O impacto vai além dos números. Os recursos aplicados via programas como Centelha, Tecnova e Desafios de Inovação não apenas aceleraram o crescimento de centenas de startups, mas também movimentaram setores estratégicos da economia local.
Empresas como a Arandu Biotecnologia, que desenvolve corantes naturais a partir de microrganismos do Pantanal, e a República das Arteiras, uma fashion tech de inclusão produtiva digital, são exemplos de como o fomento público se transforma em soluções de mercado com potencial de escala, geração de receita e empregos de alta qualificação.
“Esse investimento em soluções inovadoras é crucial para um país que precisa diversificar sua matriz produtiva e gerar valor agregado. Mato Grosso do Sul já está à frente nesse movimento”, afirmou Márcio de Araújo Pereira, diretor-presidente da Fundect.
De acordo com dados do Observatório Sebrae Startups, MS lidera o número de startups ativas na região Centro-Oeste, superando inclusive o Distrito Federal. Nacionalmente, o Estado figura entre os 10 maiores ecossistemas do Brasil, com destaque para segmentos como agronegócio, saúde, impacto socioambiental, alimentos e bebidas, e tecnologia da informação.
Impactos financeiros reais
Do total de R$ 44 milhões investidos, R$ 21,4 milhões foram aplicados apenas nas duas últimas edições dos programas Centelha e Tecnova. O Tecnova 3, lançado em 2024, destinou R$ 15,4 milhões para acelerar o crescimento de 30 empresas com projetos de pesquisa e desenvolvimento. Já o Centelha, voltado à criação de novos negócios, investiu mais de R$ 6 milhões, capacitando 2 mil pessoas e apoiando 80 startups em seus estágios iniciais.
“Nosso corante nasceu no laboratório, mas foi com o apoio do Programa Centelha que demos os primeiros passos como empresa e no desenvolvimento tecnológico. Hoje estamos em fase de validação industrial, um marco para qualquer startup de base científica”, contou Arthur Macedo, CEO da Arandu Biotecnologia.
A movimentação financeira, no entanto, não se restringe ao fomento direto. À medida que essas startups avançam na maturidade, elas passam a captar recursos privados, gerar receita própria e contratar profissionais qualificados, criando um ciclo contínuo de inovação e crescimento econômico regional
Já Ivani Marques da Costa Grance, fundadora da República das Arteiras, destaca a transformação digital proporcionada pelo fomento: “Saímos de uma dúzia de costureiras para uma rede digital com 130 profissionais cadastradas. Isso mudou completamente nossa escala e alcance”.
Gustavo Nascimento