Com sessão única na Capital, best-seller de Augusto Cury ganha vida nos palcos de teatro e convida ao diálogo sobre emoções, fé e convivência humana
No próximo dia 18 de julho, Campo Grande recebe no Teatro Dom Bosco a peça “O Homem Mais Inteligente da História”, com sessão única na sexta-feira, às 20h. A montagem é dirigida por Ivan Parente e conta com uma adaptação assinada por Francis Helena Costa, com o envolvimento direto do autor do livro, Augusto Cury, que é a base para o espetáculo.
O livro que inspirou a peça é um consagrado romance sócio-emocional, considerado pelo próprio Augusto Cury uma obra fundamental em sua carreira. Após conquistar sucesso nas livrarias ao redor do mundo, agora ele ganha uma nova dimensão ao ser levado aos palcos, proporcionando ao público uma experiência teatral única e reflexiva.
A peça narra a história do psiquiatra Marco Polo, interpretado por Daniel Satti, que viaja a Jerusalém para participar de uma reunião na ONU. Lá, ele é desafiado a estudar a mente do homem mais famoso da história: Jesus Cristo. Marco Polo, conhecido como um dos maiores ateus da atualidade, inicialmente recusa o convite, mas acaba sendo instigado por uma plateia de intelectuais a aceitar o desafio.Ao longo do estudo, Marco Polo surpreende os demais participantes da pesquisa, que ficam impressionados diante do que parecia inexplicável, questionando suas próprias crenças e abrindo espaço para novas possibilidades.

Foto: Flavio Moret/Divulgação
Organização
Considerado o psiquiatra mais lido do mundo nas últimas duas décadas, com mais de 40 milhões de livros publicados em mais de 70 países, Augusto Cury lançou O Homem Mais Inteligente da História em 2016, após 15 anos de estudos e pesquisas sobre gestão da emoção. A adaptação do romance para os palcos, assinada também pelo próprio autor, já foi apresentada em diversos teatros pelo país desde sua estreia, em setembro de 2021.
O elenco da peça é liderado pelo ator Daniel Satti, que interpreta o protagonista Marco Polo. Ele divide o palco com Priscilla Dieminger, Renan Rezende, Murilo Inforsato, Pietro Alonso e Letícia Navarro. O espetáculo aborda temas centrais como autocontrole, criatividade, solidariedade, a busca pela felicidade e o amor. Além disso, trata com sensibilidade assuntos polêmicos, como depressão e violência contra a mulher.
Sobre a obra, Augusto Cury destaca: “Jesus foi, e ainda é, o maior especialista no território da emoção. Um homem mestre da sensibilidade, que demonstrou doçura e enxergou claramente além das profundezas da nossa delicada condição humana. Soube lidar com a dor sem se abater”.

Foto: Flavio Moret/Divulgação
Direção
Ao Jornal O Estado, o diretor Ivan Parente contou que a adaptação da obra para o teatro foi um processo cuidadoso, conduzido inicialmente por Francis Helena, que mergulhou profundamente no livro para captar as partes mais humanas de cada personagem. Segundo Parente, o grande desafio foi traduzir para o palco a busca do protagonista Marco Polo, um cientista que enfrenta o desafio de estudar a mente de Jesus a partir do evangelho de Lucas, promovendo um instigante diálogo entre ciência e religião sem desvalorizar nenhum dos lados.
“O mais interessante da montagem é a relação com o livro, que parte de uma base científica, mas foca na busca de Marco para entender a mente de Jesus como um gestor da emoção. Humanizamos os personagens, trazendo sentimentos reais e emoção, dando vida à história. A peça vai além do debate intelectual, trazendo humanidade a cientistas e estudiosos da religião, com motivações pessoais que fazem toda a diferença”.
A peça aborda temas delicados como depressão, violência contra a mulher e autocontrole emocional com sensibilidade e humanidade. Ivan destaca a importância de mostrar personagens que vivenciam esses sentimentos reais, ao mesmo tempo em que oferecem oportunidades de superação e promovem um debate necessário. Segundo ele, a arte tem o poder de provocar reflexões e despertar novas perspectivas, especialmente em tempos em que a rotina e a tecnologia podem afastar as pessoas dessas discussões essenciais.
“A peça propõe um diálogo filosófico que convida à reflexão e ao questionamento. Inspirada no livro de Augusto Cury, não é religiosa, mas usa a espiritualidade para debater temas como ciência, cultura e transformação pessoal. A montagem valoriza a escuta e o pensamento crítico, mostrando como antigas crenças podem ser revisitadas. O foco está em abrir espaço para diferentes visões, sem impor verdades absolutas”, explica o diretor.
A parceria com Augusto Cury na adaptação da peça foi próxima e cuidadosa. Cerca de 99% do texto foi aprovado pelo autor, que chegou a acompanhar apresentações e deu retornos bastante positivos. “A adaptação, feita por Francis Helena e aprovada por Augusto Cury, contou com a participação próxima dele e do produtor Luciano Cardoso. Foram incluídos toques de humor para equilibrar a emoção, sem perder a essência da obra nem a humanidade dos personagens”, revela o diretor.

Foto: Flavio Moret/Divulgação
Repercussão
Mesmo sem acompanhar todas as apresentações da turnê, o diretor destaca que sempre recebe relatos marcantes da equipe sobre a reação do público.Segundo ele, esse é um dos maiores trunfos do espetáculo: mostrar que é possível pensar diferente, manter o diálogo e crescer com o outro.
“Os atores comentam como as pessoas saem encantadas com o debate que acontece no palco. Mesmo quando os personagens discordam, o respeito prevalece, e isso toca muito quem assiste. Vivemos um momento muito difícil para o debate, as pessoas estão inflamadas, com dificuldade de ouvir. Minha maior vontade ao dirigir essa peça é que o público saia transformado, mais disposto a ouvir, a refletir, a não usar a própria verdade como escudo para a ignorância”, afirma.
Em sua primeira apresentação em Campo Grande, a expectativa é alta. Para Ivan, levar ao público sul-mato-grossense uma obra baseada no livro de Augusto Cury é uma grande responsabilidade e um privilégio.
“As pessoas vêm de realidades diferentes, com vivências e aprendizados distintos. O mais bonito é quando conseguimos gerar empatia, criar um espaço para o diálogo e promover o respeito. Acho que esse é o grande ensinamento, seja da Bíblia, da religião ou da vida: aprender a conviver com o outro com inteligência emocional, paz e humanidade”, finaliza.

Foto: Ronaldo Gutierrez/Divulgação
Serviço: A peça chega a Campo Grande no dia 18 de julho, com apresentação única na sexta-feira, às 20h, no Teatro Dom Bosco (Av. Mato Grosso, 225). O espetáculo tem duração de 75 minutos, classificação indicativa de 10 anos e se enquadra no gênero romance socioemocional. Os ingressos variam de R$ 60,00 a R$ 140,00 e podem ser adquiridos pelo site Sympla.
Amanda Ferreira