O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), por meio do Grupo Especial de Combate à Corrupção (Gecoc) e do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), deflagrou nesta terça-feira (1º) a Operação Auditus, que investiga um esquema de fraudes em contratos públicos da área da Saúde, com prejuízo estimado em mais de R$ 3 milhões aos cofres públicos entre os anos de 2019 e 2024, período correspondente à gestão do ex-prefeito Valdir Couto Junior.
A ação cumpre dez mandados de busca e apreensão nos municípios de Nioaque, Bonito e Jardim, todos no interior de Mato Grosso do Sul. A investigação se concentra na prefeitura de Nioaque, responsável pelas contratações sob suspeita, , e em uma empresa localizada na cidade de Jardim, que prestava serviços médicos ao município.
De acordo com o MPMS, foram identificadas fraudes em processos licitatórios que resultaram na contratação da empresa investigada para a realização de consultas, exames e procedimentos médicos especializados. No entanto, exames que constam como realizados e pagos, como o teste da orelhinha (triagem auditiva neonatal), não teriam sido efetivamente feitos.
O nome da operação, Auditus, vem do latim e significa “audição”, em alusão direta às irregularidades envolvendo exames auditivos que teriam sido cobrados indevidamente.
Embora os alvos da operação envolvam a atual gestão municipal e prestadores de serviço da área da saúde, nenhum nome de investigado foi divulgado até o momento, nem o da empresa envolvida.
O atual prefeito de Nioaque, André Guimarães (PP), disse em entrevista à repórter Brunna Paula, que até o momento, tem conhecimento apenas das informações divulgadas pelo MPMS e que a prefeitura de Nioaque, que não foi alvo da operação, está à disposiçãopara colaborar com o que for preciso.
“Estamos tomando conhecimento aos poucos com informações informais, mas o que se sabe é isso. A prefeitura (paço municipal) não foi alvo de operação, somente a secretaria de saúde, local onde a ex-servidora atuava. E apesar dos fatos terem ocorrido na gestão passada, nossa equipe está de prontidão para colaborar no que for preciso nas investigações.”
A reportagem tentou contato com o ex-prefeito de Nioaque, Valdir Couto de Souza Júnior, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestação.
A investigação é conduzida pela 1ª Promotoria de Justiça de Nioaque, com apoio operacional do Gaeco. Segundo o Ministério Público, o material apreendido durante o cumprimento dos mandados será analisado e poderá subsidiar novas medidas judiciais, incluindo eventuais denúncias por crimes contra a administração pública.
O MPMS reforça que a ação faz parte de um esforço contínuo de combate à corrupção, especialmente em áreas sensíveis como a saúde pública, e que mais informações serão divulgadas conforme o andamento das investigações.
*Reportagem editada às 10h55h para atualização de informações
Com colaboração da repórter Brunna Paula
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