Índice pode ter subnotificação, mas Sesau descarta casos em humanos, conheça a doença
Com incidência comum na zona rural, nos últimos meses Campo Grande registrou três casos de esporotricose em animais domésticos, o que acende um alerta para a saúde pública da Capital. A zoonose, ou seja, doença que pode acometer tanto animais quanto humanos, é transmitida pelo fungo Sporothrix brasiliensis que se desenvolve em matéria orgânica e exige cuidados preventivos para evitar a transmissão.
De acordo com dados da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande), neste ano, apesar dos três casos registrados em animais, ainda não foram confirmados casos em humanos, diferentemente de 2024, quando a pasta teve um caso confirmado, entre seis suspeitas.
A doença causa feridas profundas na pele, que atingem braços e pernas e são difíceis de cicatrizar, além de causar dores das articulações, febre e outros sintomas que devem ser tratados assim que se confirma o diagnóstico.
“Apesar de ser associada ao felino, também pode acometer seres humanos e quando identificados casos assim, inicia-se um protocolo para tratamento da doença, que é longo e pode durar até um ano, dependendo da gravidade das lesões, sendo necessário o acompanhamento médico durante todo o tratamento”, explica a Sesau, em nota.
Abandonar animais não é a solução
Assim como nos humanos, os animais atingidos pela esporotricose também têm feridas profundas na pele, geralmente na face e membros, podendo se espalhar para o resto do corpo. Em casos positivos da doença, o tratamento é feito com antifúngicos prescritos pelo médico veterinário.
Embora seja uma doença grave e que peça atenção da população e das autoridades em sanitárias, a médica-veterinária especialista em felinos, Celisse Garcia, destaca que muitas vezes os animais, especialmente gatos, sofrem com abandono quando são diagnosticados com a doença e faz um apelo:
“Os gatos são vítimas da doença e não os vilões. Quando acometidos pela doença precisam ser tratados com cuidado e responsabilidade. Ao abandonar, além de expor outros animais e pessoas ao risco da doença, o sofrimento do gato só aumenta”, explica a profissional, que orienta ainda que os tutores de animais diagnosticados iniciem o tratamento imediatamente. “Quanto antes o diagnóstico e o início do tratamento, maiores são as chances de recuperação”.
Prevenção e cuidados
Conforme orientações do CCZ, que está realizando uma campanha de conscientização nas regiões da Capital onde há suspeitas da doença, a prevenção da doença é possível e pode ser feita de formas simples.
• Manter os animais em casa, sem acesso à rua e outras residências da vizinhança
• Limpar sempre o ambiente usado pelo animal com água sanitária
• Castrar os animais para evitar brigas territoriais, momento em que os fungos podem ser espalhados
• Usar luvas e equipamentos de proteção individual quando manipular animais doentes
• Manter em isolamento em local seguro o animal em tratamento para evitar a transmissão da doença para outros animais e seres humanos
• Usar luvas e pás adequadas para manipular plantas e matéria orgânica, pois é neste ambiente que o fungo se prolifera
Por Ana Clara Santos
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