O grupo de brasileiros que estava em missão oficial em Israel, incluindo três representantes de Mato Grosso do Sul, conseguiu deixar o país nas primeiras horas desta quarta-feira (18), após o agravamento do cenário de guerra na região. De acordo com nota divulgada pelo governo estadual, os servidores sul-mato-grossenses encontram-se em segurança na Jordânia e devem retornar a Campo Grande nas próximas horas.
A saída do território israelense foi realizada por via terrestre. Os integrantes da comitiva, convidados pelo governo de Israel para missões institucionais, partiram de Tel Aviv rumo ao posto de fronteira Allenby/Rei Hussein, que conecta Israel à Jordânia. O transporte foi fornecido pelas autoridades israelenses.
Após cruzarem a fronteira, o grupo foi recebido pela imigração jordaniana e encaminhado a um hotel, onde aguardam a emissão das passagens aéreas de retorno ao Brasil. O traslado está sendo organizado e custeado pelo governo israelense. Como o espaço aéreo de Israel permanece fechado, as rotas terrestres são atualmente a única alternativa para a saída segura de estrangeiros.
Fazem parte do grupo três representantes de Mato Grosso do Sul: Ricardo Senna, secretário-executivo de Ciência, Tecnologia e Inovação; Christinne Maymone, secretária-adjunta de Saúde; e Marcos Espíndola, coordenador de TI da mesma pasta.
A embaixada brasileira em Doha, no Catar, onde estão previstas conexões aéreas para a maior parte do grupo, já recebeu a lista de passageiros e acompanha os procedimentos de embarque com as autoridades locais. O Itamaraty também mantém contato com embaixadas da região para garantir apoio logístico aos brasileiros que ainda aguardam repatriação.
O grupo integra duas frentes institucionais brasileiras — a Expo Muni e o Consórcio Brasil Central. Desde a escalada da tensão entre Israel e Irã, o Ministério das Relações Exteriores monitora cidadãos em missão oficial, turismo ou peregrinação religiosa. A possibilidade de uma operação de resgate da Força Aérea Brasileira (FAB) segue em análise, condicionada às condições de segurança.
Conflito escalado
A crise no Oriente Médio se agravou na última semana, com o início de uma nova frente de combate. Após meses de guerra entre Israel e o grupo palestino Hamas, que já causou milhares de mortes na Faixa de Gaza, os conflitos se estenderam com ataques diretos entre Israel e Irã. Tel Aviv e Jerusalém foram alvos de mísseis balísticos iranianos em retaliação a ofensivas israelenses.
O governo brasileiro acompanha com preocupação o avanço do conflito e avalia medidas diplomáticas, incluindo o possível rompimento de relações militares com Israel. Também há atenção especial à situação de 56 brasileiros em missão religiosa na Galileia e de outros turistas que pediram apoio para deixar a região.
Enquanto isso, a expectativa dos familiares e colegas dos servidores sul-mato-grossenses é de que o retorno ao Brasil ocorra com segurança nas próximas horas.
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