O ex-vereador de Campo Grande, Claudinho Serra (PSDB), foi preso preventivamente na manhã desta quinta-feira (5), durante a 4ª fase da Operação Tromper, que investiga um esquema de fraudes milionárias em contratos da Prefeitura de Sidrolândia. A ação é coordenada pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) com apoio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado).
A equipe do Gaeco esteve no início da manhã no apartamento de luxo de Serra, localizado na região do Jardim dos Estados, em Campo Grande, onde foram cumpridos mandados de prisão e de busca e apreensão. Ainda não foi divulgado pelo Ministério Público Estadual o que foi apreendido no local.
Claudinho Serra volta à cadeia pouco mais de um ano após ter sido preso pela primeira vez, em abril de 2024, quando foi apontado como chefe do esquema de corrupção em Sidrolândia. À época, ele ocupava o cargo de secretário de Fazenda do município, durante a gestão da ex-prefeita Vanda Camilo, sua sogra.
Em nota, a defesa do ex-parlamentar criticou a nova ordem de prisão, alegando que Claudinho Serra está afastado da vida pública e vem cumprindo, há 14 meses, as medidas cautelares impostas pela Justiça, como o uso de tornozeleira eletrônica desde 26 de abril de 2024. Segundo os advogados, não houve comunicação de qualquer crime nesse período, tampouco violação das medidas judiciais.
A defesa informou ainda que aguarda acesso aos autos da nova fase da operação para se manifestar com mais detalhes sobre os fundamentos da prisão preventiva.
Também por meio de nota à imprensa, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) informou que deflagrou, nesta quinta-feira, a 4ª fase da Operação Tromper, com apoio do GECOC e GAECO, onde foram cumpridos três mandados de prisão e 29 de busca e apreensão. A investigação aponta a existência de uma organização criminosa responsável por fraudes em licitações e contratos com a prefeitura de Sidrolândia, especialmente em obras de engenharia e pavimentação.
Mesmo após fases anteriores da operação, o grupo continuou atuando, com pagamento de propinas e crimes de lavagem de dinheiro. Os contratos investigados somam cerca de R$ 20 milhões. A operação teve apoio do BOPE, Batalhão de Choque, Força Tática da PM e assessoria militar do MPMS.
Esquema investigado
A Operação Tromper investiga desde 2023 um esquema de fraudes em licitações públicas e desvios de recursos municipais envolvendo empresários, servidores e agentes políticos. Claudinho Serra é apontado pelo Ministério Público como o líder do grupo, responsável por articular o esquema enquanto estava na Secretaria de Fazenda de Sidrolândia.
Até o momento, o processo acumula mais de 7 mil páginas, 27 réus e ao menos 12 crimes distintos, revelados ao longo das quatro fases da operação. Duas delações premiadas já foram homologadas pela Justiça e detalham como funcionava o esquema, com cobrança de propinas que variavam de 10% a 30% do valor de contratos firmados com a Prefeitura.
A investigação segue em sigilo, e o MPMS ainda não informou se há novos alvos na operação ou quais serão os próximos passos do processo judicial.
*Matéria atualizada às 11h35 para atualização de informações
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