A sessão das 21h30 do premiado filme sul-coreano Parasita na noite de quarta-feira, 19, torna-se o marco de uma triste notícia: será a última sessão do Cinearte – o tradicional conjunto de duas salas localizado dentro do Conjunto Nacional, na região da Avenida Paulista, fechará definitivamente suas portas por falta de condições financeiras. O custo mensal era de aproximadamente R$ 200 mil, entre condomínio, aluguel e energia.
A crise começou em fevereiro de 2019, quando o distribuidor e exibidor Adhemar Oliveira recebeu da Petrobrás a notificação de que o conjunto de duas salas (de 300 e 100 lugares) perderia o patrocínio a partir de 31 de março daquele ano, quando se encerrava o contrato que não seria renovado. Fazia cinco meses que ele buscava novos associados, mas sem resultados.
Na época, Oliveira usou uma metáfora para definir a situação: “Estou na lona de novo”. Segundo ele, a empresa foi beneficiada com a parceria. “O contrato com a Petrobrás foi feito em 2018, em um momento que já era de retração, mas o que posso dizer é que, se foi bom para o cinema, o retorno de marketing para a empresa também foi”, disse.
Adhemar destacava a importância de manter os chamados espaços-cinemas de centros comerciais ou de rua. O impacto que eles têm sobre a vizinhança é imenso. “Os shoppings garantem um tipo de relação com o público que esses espaços não têm, daí a importância do patrocínio”, observou.
(Texto: Terra)