O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (2) que o governo federal avalia corrigir outras distorções no sistema financeiro para evitar o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que sofreu forte rejeição por parte do mercado e do Congresso Nacional. A medida, proposta para reforçar a arrecadação, enfrentou críticas generalizadas e agora poderá ser substituída por um pacote de mudanças estruturais.
De acordo com Haddad, a equipe econômica negocia um prazo de 10 dias com os parlamentares para apresentar uma alternativa à elevação da alíquota. “Se houver qualquer calibragem, vai ser no âmbito de uma expansão da correção dos desequilíbrios existentes hoje nos tributos que dizem respeito às finanças”, declarou o ministro em entrevista na porta do Ministério da Fazenda.
Haddad defendeu que as respostas do governo passem por reformas duradouras, e não apenas por medidas paliativas. “Prefiro soluções estruturais. Em 2023, várias foram feitas, ganhamos nota com as agências de risco, ganhamos prestígio, os investimentos voltaram”, afirmou. Ele indicou que pretende retomar propostas que já haviam sido discutidas anteriormente para garantir metas fiscais de forma mais sustentável.
“O que tiver que fazer, eu vou fazer. Só que prefiro soluções estruturais. Se houver uma compreensão que é hora de avançar, acredito que vamos dar uma perspectiva muito mais sólida ao país, sem essas medidas temporárias”, completou.

Foto: reprodução
O governo busca reverter o desgaste político causado pela proposta inicial do aumento do IOF, criticada inclusive pelo presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), que deu um ultimato à equipe econômica para apresentar uma nova proposta até o dia 9 de junho. O parlamentar afirmou que a medida foi mal conduzida e careceu de diálogo com o Legislativo.
Em gesto de reaproximação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) elogiou publicamente Motta durante evento do PSB em Brasília neste domingo (1º). “Querido deputado Hugo Motta, considero você uma novidade na política brasileira. Os partidos de esquerda vão lhe tratar como jamais alguém imaginou, porque estamos convencidos de que as decisões devem ser construídas com maioria”, disse Lula, defendendo mais diálogo entre os Poderes.
Motta, por sua vez, retribuiu o elogio e destacou a importância da parceria entre Congresso e Executivo. “Lula é um exemplo para todos nós de resiliência, coragem e luta”, afirmou.
PSB reforça aliança com Lula
A convenção nacional do PSB, que também ocorreu neste domingo, marcou a posse do prefeito de Recife, João Campos, na presidência nacional da sigla. O evento serviu como uma sinalização de que o partido pretende seguir aliado ao presidente Lula nas eleições de 2026, mantendo a chapa com o vice-presidente Geraldo Alckmin.
Enquanto a equipe econômica trabalha em um novo plano para equilibrar as contas sem recorrer ao aumento do IOF, o governo tenta reforçar a base aliada e recuperar a confiança dos agentes de mercado, num momento crucial para a estabilidade fiscal.
Com informações do SBT News
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