O influenciador digital João Vitor Pereira Simão, de 25 anos, e seus dois “assessores” Pedro Silvério da Silva Junior, 26, e Thiago Alex Dias Francisco, 22, são investigados pela Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros (Garras), suspeitos de integrarem uma organização criminosa voltada ao tráfico de drogas. O trio foi alvo de operação policial na última quinta-feira (29), em bairros de Campo Grande.
A investigação teve início após a prisão de João Vitor no dia 22 de maio, na cidade de Bataguassu, a 313 km da Capital. Durante abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF), foram encontrados 200 quilos de maconha no veículo conduzido por ele. O caso resultou na decretação de sua prisão preventiva pelo juiz Rodrigo Pedrini Marcos.
Segundo o boletim de ocorrência, diligências posteriores apontaram que Pedro e Thiago estariam associados ao influenciador na comercialização de entorpecentes. A dupla foi localizada em um apartamento na Rua Rogério Cavalari, no bairro Tiradentes. Pedro já residia na cidade, enquanto Thiago teria se mudado recentemente junto com João para prestar serviços de marketing digital.
Na tarde de quinta-feira, policiais da Garras flagraram Pedro, em uma Toyota Hilux, entregando um pacote a Thiago, que pilotava uma motocicleta Honda XRE, na Rua Roque de Andrade. A dupla foi abordada e, durante a revista, foram encontradas porções de maconha do tipo “ice”, além de uma balança de precisão e mais droga com Thiago. Outro pacote foi achado dentro da Hilux.

Pedro, Thiago e João detidos por tráfico de drogas – Foto: reprodução
Ambos foram presos em flagrante e confessaram participação no tráfico. De acordo com os suspeitos, as drogas eram distribuídas em Campo Grande e também em São Paulo. Thiago afirmou que morava com João e Pedro em um residencial, enquanto Pedro relatou que dividia a rotina entre o apartamento e uma casa com a esposa na Vila Morumbi.
No imóvel onde o grupo se reunia, a polícia apreendeu sete porções de maconha, sete tabletes de cocaína, munições de calibre .40 e confirmou que a caminhonete usada por Pedro era proveniente de extorsão, com mandado de busca em aberto.
Com 318 mil seguidores no Instagram, João Vitor é conhecido por publicar vídeos de manobras radicais com motocicletas. Natural de Assis (SP), ele teria se mudado recentemente para Campo Grande com o objetivo de produzir conteúdos para as redes sociais — o que, segundo a polícia, seria uma fachada para o tráfico de drogas interestadual.
A Garras também apura a ligação dos três investigados com uma facção criminosa. Pedro possui diversas passagens policiais no estado desde 2019, incluindo tráfico de drogas, porte ilegal de arma de fogo, receptação e adulteração de veículo. Thiago não tem antecedentes. João segue preso em Bataguassu e também não possuía registros criminais anteriores.
Em depoimento, João afirmou que conheceu uma pessoa em um evento no autódromo da cidade e que aceitou transportar um carro até Assis após ouvir que a tarefa o ajudaria a “fazer um dinheiro”. Ele negou saber do conteúdo ilícito no veículo e disse não ter notado nenhum cheiro estranho antes de ser abordado pela PRF.
As investigações seguem em andamento para apurar a extensão da atuação do grupo e identificar possíveis outros envolvidos.
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