Corregedoria investiga morte de empresário em cela da Polícia Civil após prisão em Campo Grande

Foto: Reprodução
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Certidão de óbito aponta traumatismo craniano e hemorragia cerebral, enquanto boletim de ocorrência falava em possível morte natural

A morte do empresário e arquiteto aposentado Antônio Cesar Trombini, de 60 anos, dentro de uma cela da Depac Cepol (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário), em Campo Grande, será investigada pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul. O caso ocorreu na sexta-feira (2), poucas horas após o empresário ser preso por dirigir embriagado e se envolver em um acidente de trânsito.

Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

Segundo a certidão de óbito, a causa da morte foi hemorragia craniana cerebral e traumatismo craniano, com menção adicional a uma “cardiopatia não especificada”. A informação contrasta com o boletim de ocorrência registrado pela polícia, que mencionava ausência de lesões aparentes e sugeria causas naturais.

Trombini havia sido detido na noite anterior por dirigir uma caminhonete Volkswagen Amarok em estado de embriaguez e colidir com um Hyundai Creta na Rua Arthur Jorge. O carro atingido era conduzido pelo pai de um policial civil, e no momento do acidente, transportava uma passageira que sofreu um corte na cabeça. O filho, que é policial, esteve no local e deu voz de prisão ao empresário, que apresentava sinais evidentes de embriaguez e registrou 0,9 mg/L no teste do bafômetro — índice que configura crime de trânsito.

Após a prisão, ele foi levado para uma delegacia no Bairro Tiradentes e transferido para a Depac Cepol. Foi lá que, por volta do meio-dia da sexta-feira, um outro detento informou a uma investigadora que Antônio passava mal e não respirava. Ao ser verificado por servidores, ele já não apresentava sinais vitais. O Corpo de Bombeiros foi acionado, e o médico da equipe indicou, inicialmente, a possibilidade de morte por causas naturais.

No entanto, o laudo oficial apontou traumatismo craniano, levantando questionamentos sobre o que realmente aconteceu nas horas em que o empresário esteve sob custódia do Estado. De acordo com o registro policial, o irmão da vítima — que se identificou como médico — tentou prestar socorro no local, pedindo acesso à cela para fazer um curativo, mas teve o pedido negado por falta de receita médica.

Em nota, a Polícia Civil afirmou que “todas as providências foram adotadas” e que a apuração dos fatos será conduzida com “rigor, transparência e isenção”. 

 

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