Morre aos 84 anos a cantora Nana Caymmi, ícone da música brasileira

Foto: reprodução/redes sociais
Foto: reprodução/redes sociais

A cantora Nana Caymmi, uma das vozes mais intensas e respeitadas da música popular brasileira, morreu nessa quinta-feira (1º), aos 84 anos, no Rio de Janeiro. Ela estava internada desde agosto de 2024 na Clínica São José, em Botafogo, tratando uma arritmia cardíaca. A causa exata da morte não foi divulgada.

Nana passou os últimos nove meses internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A informação foi confirmada por seu irmão, o músico Danilo Caymmi, que compartilhou um vídeo emocionado nas redes sociais. “O Brasil perde uma das maiores intérpretes desse país”, declarou, visivelmente comovido.

A notícia causou comoção no meio artístico e político. Em nota oficial, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, prestou homenagem à artista: “Filha de uma família que construiu a história da nossa música, ela trilhou seu próprio caminho com personalidade e talento raro. Seu canto continuará ecoando com a emoção que sempre nos tocou.”

Trajetória de uma voz inconfundível

Nascida em 29 de abril de 1941, no Rio de Janeiro, Nana Caymmi era filha do consagrado compositor Dorival Caymmi e da cantora Stella Maris. Seus irmãos, Dori e Danilo, também seguiram carreira musical, consolidando a família como um dos pilares da MPB.

Nana estreou profissionalmente em 1960, ao gravar a canção “Acalanto”, composta por seu pai. Ainda naquele ano, lançou seu primeiro compacto solo e passou a apresentar programas na extinta TV Tupi, onde já demonstrava a força vocal e a intensidade emocional que marcariam sua carreira.

Conhecida pelo estilo autêntico e pela honestidade com que conduzia suas escolhas artísticas, Nana teve uma trajetória singular. Em 1961, afastou-se temporariamente da música ao casar-se com o médico Gilberto José Aponte Paoli, com quem teve duas filhas durante o período em que viveu na Venezuela.

De volta ao Brasil nos anos 1970, retomou a carreira com vigor. Formou parcerias com nomes como Marcos Valle e passou a se apresentar em diversos países da América do Sul. Em 1973, lançou seu segundo LP, “Nana Caymmi”, pelo selo argentino Trova, consolidando sua presença entre os grandes nomes da música brasileira.

Dona de um timbre grave, melancólico e sofisticado, Nana Caymmi foi admirada por sua capacidade de emocionar com interpretações profundas e carregadas de sentimento. Ao longo das décadas, construiu uma discografia sólida e respeitada, sendo referência para diferentes gerações de cantoras.

Com sua partida, o Brasil perde não apenas uma artista de talento inquestionável, mas também uma intérprete que fez da emoção sua marca registrada. Nana Caymmi deixa um legado imenso para a cultura nacional — uma obra que continuará sendo celebrada por aqueles que reconhecem a grandeza da música brasileira.

O velório de Nana Caymmi, ocorre no Theatro Municipal do Rio de Janeiro até o meio-dia desta sexta. O sepultamento será às 14h, no Cemitério São João Batista, em Botafogo. Segundo seu irmão, Danilo Caymmi, Nana passou nove meses internada na UTI. Filha do casal de músicos Dorival Caymmi e Stella Maris, Nana era reconhecida como uma das maiores intérpretes da música brasileira. A ministra da Cultura, Margareth Menezes, lamentou a perda e exaltou sua contribuição à cultura do país.

 

*Matéria editada às 10h30 para atualização de informações

 

Com informações do SBT News

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