Esteticista é presa em flagrante por exercer ilegalmente a profissão em clínica clandestina em Campo Grande

Foto: divulgação/Polícia Civil
Foto: divulgação/Polícia Civil

Uma esteticista, de 31 anos, foi presa em flagrante na tarde de segunda-feira (14) pela Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo) por exercício ilegal da profissão, induzir cliente a erro e expor a perigo iminente a saúde de outra pessoa. A prisão aconteceu em uma clínica clandestina localizada no bairro Vila Piratininga, em Campo Grande.

Segundo o delegado Reginaldo Salomão, esteticista vinha sendo monitorada há quase um ano, mas evitava a prisão ao mudar constantemente o local de atendimento e não possuir nenhum bem em seu nome — nem mesmo o celular utilizado para contato com clientes estava registrado em seu nome. A esteticista foi localizada após uma nova denúncia registrada por uma vítima na própria Decon.

No momento da abordagem policial, duas mulheres estavam na clínica: uma havia acabado de realizar um procedimento de preenchimento labial e a outra aguardava para ser atendida. “Graças a Deus”, disse uma das mulheres ao ser questionada se havia tido problemas após os procedimentos. Ela contou que já havia realizado quatro sessões, totalizando 20 ml de ácido hialurônico aplicados em diferentes ocasiões.

A polícia identificou que a esteticista oferecia aplicações de toxina botulínica (botox) e preenchimentos com ácido hialurônico por valores bem abaixo do praticado no mercado. Apesar de manter suas redes sociais privadas e com poucas postagens, ao menos quatro vídeos mostravam procedimentos sendo realizados, incluindo aplicação de botox e preenchimento labial.

A perícia realizada no local encontrou 30 notas fiscais referentes a atendimentos realizados, o que poderá facilitar a identificação de outras possíveis vítimas. Um dos casos já em andamento envolve a nutricionista, que processou a esteticista na Justiça após complicações em um procedimento.

A esteticista chegou a iniciar um curso de Biomedicina, mas não o concluiu, o que reforça o exercício irregular da atividade. A Vigilância Sanitária já havia autuado a esteticista anteriormente, mas ela seguiu atuando de forma clandestina. A inspeção no local também revelou descartes irregulares de agulhas em lixo comum, além de produtos armazenados de forma inadequada, fora da refrigeração obrigatória. Frascos de ácido hialurônico e toxina botulínica foram apreendidos no local. Não foram encontrados indícios do uso de PMMA (polimetilmetacrilato), uma substância proibida em muitos casos por causar graves riscos à saúde.

A defesa da esteticista disse que ainda não teve acesso aos autos e avalia que a situação mais grave seria a de exercício irregular da profissão. Já os demais crimes dependem de prova pericial. Em levantamento no site do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, constam seis processos em tramitação contra a esteticista. A Decon continua investigando o caso e orienta que outras possíveis vítimas procurem a delegacia para prestar depoimento.

 

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