Governo buscará, junto com setor privado, neutralizar efeitos da taxação do aço pelos EUA

Foto: Ricardo Stuckert/PR
Foto: Ricardo Stuckert/PR

Em nota conjunta, Ministério das Relações Exteriores e do Desenvolvimento da Indústria classificam como “injustificável e equivocada” a imposição de barreiras unilaterais pelos Estados Unidos ao comércio entre os dois países

O Governo brasileiro lamentou e criticou a decisão dos governo dos Estados Unidos de elevar para 25% as tarifas sobre o aço e o alumínio que importarem do Brasil. Em nota, os ministérios das Relações Exteriores (MRE) e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), classificam como “injustificável e equivocada” a imposição de barreiras unilaterais pelos Estados Unidos ao comércio entre os dois países.

O documento assinala preocupação com as empresas e os trabalhadores brasileiros e que a medida contradiz o histórico de cooperação e integração econômica entre os dois países. Os Estados Unidos têm superávit comercial de longa data com o Brasil,  observa a nota – foram US$ 7 bilhões, somente em bens no ano passado.

De acordo com os efeitos concretos da taxação estadunidense nas exportações brasileiras, o Governo Federal buscará apoio do setor privado na defesa dos interesses dos produtores nacionais. E informa já ter reuniões previstas para as próximas semanas para discutir todas possibilidades de ações com vistas a neutralizar os impactos das medidas. A Organização Mundial do Comércio também será acionada.

Confira nota conjunta MRE/Mdic

O Governo brasileiro lamenta a decisão tomada pelo governo norte-americano no dia de hoje, 12 de março, de elevar para 25% as tarifas sobre importações de aço e de alumínio dos EUA provenientes de todos os países e de cancelar todos os arranjos vigentes relativos a quotas de importação desses produtos. Tais medidas terão impacto significativo sobre as exportações brasileiras de aço e alumínio para os EUA, que, em 2024, foram da ordem de US$ 3,2 bilhões.

Em defesa das empresas e dos trabalhadores brasileiros e em linha com seu tradicional apoio ao sistema multilateral de comércio, o governo brasileiro considera injustificável e equivocada a imposição de barreiras unilaterais que afetam o comércio entre o Brasil e os Estados Unidos, principalmente pelo histórico de cooperação e integração econômica entre os dois países. Segundo os dados do Governo estadunidense, os EUA mantêm um superávit comercial de longa data com o Brasil, que foi, em 2024, da ordem de US$ 7 bilhões, somente em bens.

No caso do aço, as indústrias do Brasil e dos Estados Unidos mantêm, há décadas, relação de complementaridade mutuamente benéfica. O Brasil é o terceiro maior importador de carvão siderúrgico dos EUA (US$ 1,2 bilhão) e o maior exportador de aço semi-acabado para aquele país (US$ 2,2 bilhões, 60% do total das importações dos EUA), insumo essencial para a própria indústria siderúrgica norte-americana.

À luz do impacto efetivo das medidas sobre as exportações brasileiras, o governo do Brasil buscará, em coordenação com o setor privado, defender os interesses dos produtores nacionais junto ao governo dos Estados Unidos. Em reuniões já previstas para as próximas semanas, avaliará todas as possibilidades de ação no campo do comércio exterior, com vistas a contrarrestar os efeitos nocivos das medidas norte-americanas, bem como defender os legítimos interesses. 

Com informações da Agência Gov.

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