Stephen King e cinema é um casamento que existe desde os anos 1970, com a adaptação de ‘Carrie, a Estranha’, em 1976. A partir daí, as telas foram recheadas de histórias baseadas em livros e contos de King: ‘O iluminado’ (1980), ‘It, a Coisa’ (2017, 2019), ‘Um sonho de liberdade’ (1994) e ‘Doutor Sono’ (2019). Em 2025, Hollywood volta a usar da bibliografia do mestre do terror em uma dobradinha, com ‘A vida de Chuck’, e ‘O Macaco’, que estreia nesta quinta-feira (6).
Com filmes de muito drama na lista de adaptações (veja ‘A Espera de um Milagre’), O Macaco traz para as telas o elemento da comédia para o terror de King. O longa acompanha os gêmeos Bill e Hal, interpretado por Theo James (saga Divergente e The White Lotus), que descobrem um antigo macaco de brinquedo no sótão de seu pai. É nesse momento que uma série de mortes terríveis começam a acontecer, e todas parecem envolver o item maligno. Para tentar se livrar do brinquedo e seguir em frente, os irmãos decidem descartá-lo e, com o tempo, distanciam-se desse passado sombrio. Entretanto, o passado volta a perseguir os gêmeos e novos assassinatos rondam a vida de Bill e Hal. Um toque de Toy Story, para quem pegar a referência.
Junção do terror – no bom sentido!
No trailer é possível perceber o toque de humor que o diretor e roteirista Osgood ‘Oz’ Perkins insere no longa, que também tem o roteiro assinado por Stephen King. Perkins já tem em sua filmografia alguns filmes de terror, o mais recente sendo ‘Longlegs – Vínculo Mortal’, aclamado no mundinho do terror e fenômeno comercial e crítico, com 86% de aprovação no Rotten Tomatoes, com bilheteria de US$ 127 milhões mundialmente.
O diretor também tem o tom do terror no parentesco. Perkins, que também é ator, é filho de Anthony Perkins, que deu vida a Norman Bates em ‘Psicose’, de Alfred Hitchcock, filme que Oz também fez uma ponta na infância, como o jovem Bates.
A produção também não fica de fora do nicho de terror, assinada por James Wan, de ‘Jogos Mortais’, ‘Invocação do Mal’, ‘Annabelle’ e ‘M3gan’. O elenco também inclui Elijah Wood, Tatiana Maslany e Christian Convery.
O Macaco foi um conto escrito por King em 1980, inicialmente incluído numa revista norte-americana. Em 1985, a edição foi incluída na coletânea ‘Tripulação de Esqueletos’, e é a versão mais conhecida da história. Além disso, um curta-metragem baseado na história foi produzido em 2023, sob direção de Spencer Sherry.
Recepção
Em sessões de exibição para a imprensa no exterior, até o momento a crítica especialista viu o filme com ‘bons olhos’. No Rotten Tomatoes o longa está com 79% de aprovação. Para Meagan Navarro, do portal Bloody Disgusting, especializado em terror, “‘O Macaco’ oferece uma adaptação de Stephen King como nenhuma outra. Perkins rejeita a lógica em favor da loucura divertida da meia-noite, e a morte nunca foi tão engraçada ou sangrenta”, explica ela.
Emma Kiely, da revista Collider, ressalta o trabalho do diretor.“‘O Macaco’ é a principal evidência de que Perkins é um dos poucos diretores de terror que consegue atingir um equilíbrio sublime entre comédia, suspense e o tipo de sangue e maldade que está ausente do terror convencional há anos”.
Para a revista SFX, Perkins explicou que o tom cômico surge pela vontade de diferenciar o filme de outros do gênero, que trazem brinquedos como os protagonistas assassinos. “Eu imediatamente dei um toque de terror brincalhão a ele. Isso era importante para mim desde o começo com este projeto – que não fosse terrivelmente sombrio. Seria mais cômico e aconchegante, o que eu acho que parecia correto para um filme sobre um brinquedo. Eu queria me afastar dos filmes mais sérios sobre brinquedos possuídos, o que não soa verdadeiro para mim”.
Já no Brasil….
Em solo nacional, o filme ainda não pegou para alguns críticos. Hiccaro Rodrigues, do portal Estação Nerd, argumenta que a mistura de elementos de Perkins não é algo palatável, não se misturando nem ao terror, e nem ao seu conto de origem. “A trama da vez insere elementos de comédia e terror é o resultado é indigesto. Pra completar o humor é péssimo e inserido de modo aleatório, tirando impacto das situações e transformando o show numa piada sem graça”.
Porém, há diversos elogios. Guilherme Jacobs, do Omelete, define O Macaco como “um humor macabro, ácido e perturbado, mas essa é parte da graça”. E ele ainda faz uma referência aos Perkins. “O filho de Norman Bates fazendo um filme sobre aprender a viver com o terror que vive no sangue de uma família é, por si só, uma proposta bem interessante”.
Renato Marafon, do Cinepop, pontua a irreverência do filme, com um humor beirando a franquia ‘Premonição’. “Com um humor ácido e muitas cenas de morte sangrentas e absurdas, que lembram muito as da franquia ‘Premonição‘, Perkins entrega um filme bastante diferente e fora da caixinha que traz um misterioso conto sobre um brinquedo. Ops, não pode dizer que é um brinquedo. É um macaco. Você vai entender essa resenha quando assistir ao filme”.
Há quem ame, há quem odeie, mas O Macaco parece ser uma boa pedida para quem quer ver sangue e mortes nas telas. E pelo menos ele se sustentou. Até agora é considerado o terror do ano (considerando que estamos em março) e ultrapassou a marca dos US$ 30 milhões. O valor representa mais de três vezes o valor de seu orçamento – que girou em torno de US$ 10 milhões.
Outras estreias nessa semana:
Mickey 17: Baseado no livro de Edward Ashton, Mickey 17 é uma intrigante ficção científica que acompanha Mickey Barnes (Robert Pattinson), um homem consumível enviado em uma missão suicida para colonizar o planeta gelado de Niflheim. Como parte de um grupo descartável, cada integrante é designado a tarefas perigosas, e quando morre, suas memórias são transferidas para um novo corpo, um clone que continua a missão sem interrupções. Após seis mortes, Mickey começa a perceber que sua existência não é tão simples quanto parece. Confrontado com os segredos sombrios por trás de sua repetitiva jornada, ele se vê diante de escolhas que podem abalar a ordem estabelecida e alterar o destino da missão. Uma história de sobrevivência, identidade e revolução no coração de um mundo alienígena.
Uma Advogada Brilhante (nacional): Uma Advogada Brilhante acompanha a história de Michelle, mais conhecido como Mike (Leandro Hassum) um advogado promissor, enfrenta um grande desafio pessoal e profissional. Além de lidar com a constante confusão envolvendo seu nome de origem italiana, frequentemente associado a um nome feminino, ele está pressionado pela necessidade de arcar com todas as despesas de seu filho, sob a ameaça de sua ex-esposa deixar o Brasil com o garoto. Quando a empresa onde trabalha é adquirida pelo maior escritório de advocacia do país, Michelle vê uma oportunidade de crescer. Contudo, o novo escritório decide demitir vários funcionários, incluindo ele, na tentativa de equilibrar a quantidade de homens e mulheres. No entanto, por conta da confusão com seu nome, ele é salvo da demissão, desde que assuma a identidade de uma mulher. Decidido a manter seu emprego e garantir a guarda do filho, Michelle adota o disfarce de Dra. Michele. No entanto, manter essa farsa no ambiente de trabalho se torna muito mais complicado do que ele previa.
Bambi: Uma aventura na floresta: Desde seus primeiros passos, o jovem cervo Bambi se encanta com o mundo à sua volta, guiado pela ternura e sabedoria de sua mãe, que lhe ensina as lições essenciais para sobreviver na floresta. Bambi descobre a amizade com os outros animais e se apaixona por Faline, mas sua vida muda drasticamente quando perde a mãe para os caçadores.
Por Carolina Rampi
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