Com R$ 133 milhões em dívidas renegociadas, Desenrola Pequenos Negócios avança em MS

FOTO: MARCOS MALUF
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Especialista afirma que empresas de menor porte são suscetíveis a dívidas devido à economia nacional e crédito

Levantamento recente feito pelo Governo Federal apontou que até o fim de 2024, cerca de 2.192 empresas de Mato Grosso do Sul renegociaram 3.032 contratos, movimentando ao todo cerca de R$ 133,61 milhões através do programa Desenrola Pequenos Negócios. O Estado se consolidou em 15º maior volume repactuado entre todas as unidades da Federação.

O Programa oferece a oportunidade para os MEIs (microempreendedores individuais), microempresas e empresas de pequeno porte renegociarem suas dívidas com instituições financeiras, com o objetivo de fortalecer o ambiente de negócios e impulsionar o crescimento econômico do país. As renegociações são conduzidas diretamente pelo sistema financeiro, com incentivos tributários do governo para que bancos oferecessem condições vantajosas. Os descontos variaram entre 20% e 95%, permitindo que milhares de negócios regularizassem os débitos e voltassem a acessar linhas de crédito.

Para o economista Eduardo Matos, as micro e pequenas empresas são fundamentais para o funcionamento da econômica nacional, seja pelo alto índice de empregabilidade ou pelo dinamismo econômico. Porém, muitas dessas empresas acabam sofrendo perdas em períodos de instabilidade econômica no país.

“No país, as pequenas e as microempresas acabam sendo muito vulneráveis aos choques econômicos, momentos de incerteza na economia acabam causando efeitos devastadores para esse tipo de empresa. Recorrentemente, empresas desse porte ficam mais vulneráveis do ponto de vista financeiro e isso culmina em dívidas, inadimplência. A inadimplência de micro e pequenas empresas é muito alta no Brasil. E é um número alarmante, principalmente olhando no pós-pandemia”, afirma Eduardo.

Em sua análise, outra questão que se torna um empecilho para empresários é a necessidade de crédito para a ampliação e desenvolvimento dessas empresas. “As pequenas empresas já possuem muitas dificuldades em acessar, porque em muitos casos não têm um faturamento que seja desejável do ponto de vista dos bancos e instituições financeiras. Muitas vezes falta garantias também para obter crédito, e crédito barato inclusive, e isso é uma outra questão, o crédito no Brasil é muito caro, então pequenas empresas em muitas situações não conseguem arcar com os custos para a obtenção de crédito”.

Eduardo reforça que neste quesito, o desenrola se torna uma opção pontual, não resolverá todos os problemas financeiros de empresários pelo país, mas é essencial para determinadas situações. “A renegociação de dívidas é uma porta, ou, pelo menos, uma luz, que se abre para essa categoria de empresas. O Desenrola se apresenta como uma alternativa nessa situação. Para além da renegociação e sanar as dívidas, as empresas necessitam de muito apoio técnico, tanto para manter a saúde financeira, quanto para acessar crédito. E acessar crédito, um crédito adequado para a situação que a empresa se encontra e para o objetivo desta empresa”.

Dados Nacionais

Entre maio e dezembro de 2024, o Desenrola Pequenos Negócios viabilizou a renegociação de R$ 7,5 bilhões em dívidas bancárias em todos os estados e o Distrito Federal para mais de 120 mil MEIs. Desenvolvido em conjunto pelos Ministérios da Fazenda e do Empreendedorismo, a iniciativa do Governo Federal ofereceu descontos de até 95%, garantindo alívio financeiro e a reinserção desses negócios no mercado de crédito.

A região Sudeste lidera em todos os quesitos ligados ao Desenrola Pequenos Negócios, tendo movimentado um volume de R$ 3,576 bilhões em dívidas renegociadas. Em relação aos estados de todo o país, os cinco que mais renegociaram as dívidas foram: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Bahia.

Por João Buchara

 

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