Itens de comunicação analógicos ficarão expostos até o dia 18 de março
Que tal relembrar o som de um toca-fitas? Ou ainda o som profundo de um toca-discos de vinil? E as TVs antigas com filmes em VHS? Para quem deseja reviver essa experiência ou conhecer esses suportes analógicos pela primeira vez, o MIS-MS (Museu da Imagem e do Som de Mato Grosso do Sul) apresenta a exposição “O Cinema antes do Cinema: Brinquedos Ópticos e Suportes Analógicos”.
A mostra reúne aparelhos icônicos que marcaram época, como um tocador de fitas cassete, um aparelho de vídeo VHS, uma televisão de tubo e um toca-discos. Durante a visita, o público poderá ouvir e assistir conteúdos reproduzidos nesses suportes, proporcionando uma verdadeira viagem no tempo.
Conforme o coordenador da mostra, Alexandre Sogabe, a ideia para a exposição surgiu pela vontade de contar a história do cinema.
“A ideia surgiu de nossa professora do setor educativo, ela teve a ideia de montar uma exposição para contar a história do cinema. Então, resolvemos agregar os suportes analógicos. Imaginamos que as gerações mais ‘experientes’ conhecem e tem uma certa nostalgia dos aparelhos analógicos, mas as crianças e adolescentes, em sua grande maioria, não tiveram contato. Então, a proposta de mostrar os discos de vinil, fitas cassetes e vídeo VHS foi agregada a ideia de contar a história do cinema”, contou em entrevista ao jornal O Estado.
Para ele, apresentar ao público esses suportes analógicos em um período quase todo voltado para o digital possibilita não apenas um resgate ao passado, mas um despertar para novas experiências. “É um convite à reflexão sobre a relação com a tecnologia e ao apreço por formas de expressão mais tangíveis e imersivas”, explica.
“Diferente do digital, o analógico proporciona uma experiência tátil e visual única, como folhear um livro, manusear um vinil ou projetar um filme em película. Isso cria um vínculo emocional mais forte com o conteúdo. O digital facilita o consumo rápido, mas o analógico exige mais atenção e dedicação, incentivando um consumo mais consciente e aprofundado das obras”, complementa.
Experiência
Além disso, a exposição apresenta brinquedos ópticos que foram precursores do cinema, como o zootrópio, um dispositivo que cria a ilusão de movimento através da rotação de imagens sequenciais; o taumatrópio, um disco com imagens diferentes em cada lado que, ao girar rapidamente, faz as imagens se fundirem em uma só; e o caleidoscópio, que forma padrões visuais coloridos por meio de reflexos em espelhos internos.
Para quem for visitar a exposição, é melhor se preparar: ela é um resgate para quem já viveu momentos com esses itens. “O chiado do vinil, o granulado das fitas VHS, o som das fitas cassetes trazem uma atmosfera nostálgica e autêntica aos visitantes. Para os mais velhos, pode ser um retorno à juventude; para os mais jovens, uma chance de conhecer formatos icônicos que moldaram a cultura pop”, conta Sogabe.
Em um mundo cada vez mais digital, a tecnologia se tornou essencial, não importa a idade. No entanto, essa presença constante nem sempre significa um entendimento profundo sobre seu funcionamento. “Há uma certa ubiquidade que vivemos em relação à tecnologia, para as mais novas e as gerações mais experientes. Nós usamos essas tecnologias em nosso cotidiano, mas na maioria das vezes não entendemos como ela funciona”, observa.
Para além da nostalgia, essa reaproximação permite compreender os mecanismos por trás da tecnologia que molda nossa realidade. “O contato com o analógico é um convite a descobrir esses princípios mecânicos, analógicos, entender a lógica, a origem desses recursos, entender que esse fenômeno está se desenrolando na história, e que podemos contribuir e apreciar o processo”, disse o coordenador da mostra.
Com a missão “Preservar a memória, educar para o futuro”, o Museu da Imagem e do Som – unidade da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul – tem por finalidade preservar os registros que compõem a memória visual e sonora sul-mato-grossense.
Seu acervo conta com mais de 8 mil itens entre fotografias, filmes, vídeos, cartazes, discos de vinil, objetos e registros sonoros. Para a mostra serão exibidos itens oriundos de doações e adquiridos pelo próprio museu.
“Muitos equipamentos foram produzidos há décadas e podem ter peças desgastadas, como borrachas ressecadas, componentes oxidados e circuitos deteriorados. Então temos o cuidado minucioso de selecionar os objetos que estão em bom funcionamento e escolher aparelhos e mídias que possam ser manipulados sem prejuízo ao acervo do museu”.
A exposição estará em cartaz de 18 de fevereiro a 18 de março, com entrada gratuita. As visitas podem ser individuais ou em grupo, com ou sem agendamento prévio. O museu também oferece atendimento de mediação para grupos escolares, por meio de seu setor educativo.
Serviço: A exposição: “O Cinema antes do Cinema: Brinquedos Ópticos e Suportes Analógicos” começa nesta terça-feira (18) e vai até o dia 18 de março, no Museu da Imagem e Som, avenida Fernando Corrêa da Costa, 559, 3º andar. A entrada é gratuita, e mais informações e agendamentos podem ser adquiridas por meio do telefone e WhatsApp (67) 3316-9178.
Por Carolina Rampi