Canção é o primeiro trabalho autoral no repertório da artista
Cabelos coloridos são símbolos de personalidade, chamando a atenção por onde passam, deixando marcas nas rodas de amigos e nas histórias de quem se relacionam. Eles evocam imagens de amor, oceano e até mesmo da melancolia. Com essa simbologia, a cantora e compositora Manuzera, de Campo Grande, apresenta sua primeira música autoral, Cabelo Azul. Para celebrar o lançamento, que acontece no dia 14 de fevereiro.
A estreia de Manuzera como cantora acontecerá em grande estilo com o evento temático “Luauzera”, um luau repleto de música e danças, marcado para o dia 20 de fevereiro, às 19h, no Onça Bar, na Rua 14 de Julho. A primeira edição do evento contará com a participação de diversos artistas locais de Campo Grande, como Beca Rodrigues, Namaria, Ragnar, Sandim, Prechau MC, Perséfone MC e Afro Queer. O encontro promete reunir uma diversidade de estilos musicais, incluindo reggae, rap, reggaeton e cumbia — ritmos que influenciam diretamente o trabalho de Manuzera.
A entrada é gratuita e o evento contará com a caipirinha cultural, ou seja, todo o valor das caipirinhas vendidas no Luauzera será destinado aos músicos da noite. Essa é uma forma dos bares valorizarem artistas locais que buscam viver de suas artes da forma mais genuína possível. Os shows começam a partir das 19 horas.
Processo Criativo
Manuzera, nome artístico de Manu Komiyama, cresceu imersa no universo musical, vindo de uma família de músicos. Influenciada pelo reggae, ela busca na música uma conexão profunda, espiritualidade e movimento, considerando-a uma fonte de conforto e afago. Seu objetivo é que sua música não apenas toque as pessoas, mas também as convide a dançar e viver intensamente.
Em sua primeira música autoral, Cabelo Azul, Manuzera compartilha um processo criativo repleto de inseguranças. Ela começou a escrever a música de maneira espontânea, colocando no papel seus sentimentos em relação à menina do cabelo azul.
A artista gostava de misturar a relação com a natureza, por isso fez questão de incluir referências ao Pantanal e ao litoral, dois lugares com energias distintas que, assim como ela e a garota, se contrastavam. A diferença de vivência e local de origem também influenciou a construção da música.
“Com o tempo, comecei a sentir a necessidade de compor quando me vi em uma situação em que não existia uma música que falasse sobre o que eu sentia. Eu queria mostrar esses contrastes, tanto entre nós duas quanto entre os lugares, e como tudo isso se uniu para formar uma energia única”, explica Manuzera para a reportagem.
Para Manuzera, a experiência de atuar no seu próprio clipe foi um grande desafio. Trabalhando com sua própria equipe, ela teve que se afastar do papel de diretora e abraçar o papel de atriz, algo que exigia total imersão no personagem.
“Foi muito difícil sair do papel de diretora e ir para o papel de atriz. Eu tinha que ficar completamente alheia ao processo da direção, o que não é fácil, porque eu sou muito detalhista e queria sempre dar uma olhadinha. Mas no segundo dia, já estava tudo bem. Todo mundo estava mais relaxado”, conta.
Arte e Repertório
Para Manuzera, a arte e a música estão profundamente entrelaçadas, sendo ambas formas de afeto e conforto. Ela enxerga a arte como um abrigo, algo que proporciona segurança e acolhimento. Para ela, a música tem o poder de impactar a vida das pessoas de diferentes maneiras, seja levando à reflexão ou simplesmente oferecendo momentos de relaxamento e diversão.
“Às vezes, a arte não precisa ser algo profundo, pode ser algo que te faça rir ou simplesmente te faça sentir bem. A arte tem que ser algo confortável, algo que seja gostoso para todos. Assim como o amor, ela deve ser um espaço de acolhimento e transformação”, afirma a artista.
O reggae é uma das maiores influências de Manu na música. Para ela, o gênero carrega uma ancestralidade e espiritualidade muito fortes, sendo uma fonte de reflexão e conexão. A influência de grandes artistas como Bob Marley é clara em sua visão sobre o gênero, especialmente no que diz respeito à busca por paz e consciência. “Bob Marley sempre levou o reggae para o lado espiritual e de consciência, buscando paz. Eu respeito muito essa tradição, mas também sempre quis trazer uma abordagem mais moderna”, afirma.
Em suas apresentações, ela busca criar um equilíbrio entre reflexão e diversão. Para ela, essa mistura é essencial: a união entre consciência e diversão é o caminho para uma vida equilibrada.
“Eu gosto de trazer a consciência, de fazer a galera refletir sobre o que acontece no país, mas também acredito que ser consciente demais pode nos adoecer. Por isso, no meu show, vamos ter momentos de reflexão no começo e depois, no final, a gente vai curtir e dançar com reggaeton e cumbia”.
A música Cabelo Azul marca o início de um novo ciclo para Manuzera, sendo a primeira faixa de um EP que ela planeja lançar até o final do ano. Composto por cerca de cinco ou seis músicas, o projeto já conta com quatro faixas prontas, enquanto outras ainda estão em fase de composição. O projeto contou com apoio de amigos, incluindo a artista Sandim.
“Estou me debruçando nessas músicas, mas o EP está praticamente encaminhado.”Sandim tem colado muito comigo, ele é uma figura importante no reggae do MS, e foi ele quem me deu o impulso necessário para colocar essa música no mundo”, revela.
Além do EP, Manuzera planeja expandir o evento Luauzera, que marcará sua primeira edição em fevereiro. Ela tem a intenção de tornar o evento regular, trazendo diferentes estilos e novas parcerias a cada edição.
Serviço: O lançamento de “Cabelo Azul será dia 14 de fevereiro em todas as plataformas digitais. O clipe será dia 17 de fevereiro no YouTube e o evento LUAUZERA, no dia 20 de fevereiro, a partir das 19h no Onça Bar, localizado na esquina entre a Rua 14 de julho e a Avenida Mato Grosso, no centro de Campo Grande.
Amanda Ferreira
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