Em clínicas particulares, o esquema de imunização com duas doses chega a custar R$ 1 mil e também tem boa adesão
A vacinação contra a dengue, ampliada ontem (16), para pessoas de 4 a 59 anos, esgotou em poucas horas nas Unidades de Saúde de Campo Grande. Segundo a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), o objetivo da ação, que era o de evitar o desperdício de 3.139 doses que estavam prestes a vencer, foi cumprido graças à comunidade, que respondeu com grande engajamento, demonstrando compromisso com a saúde pública.
No início da tarde de ontem, as unidades em que as doses estavam esgotadas foram: Seminário, São Francisco, Paradiso, Cox, Nova Bahia, Mata do Jacinto, Noroeste, Estrela Dalva, Marabá, Alves Pereira, Silva Regina, Cristo Rendentor, Caiçara, Vila Fernanda, Portal Caiobá, Três Barras e Ana Maria do Couto.
A Sesau destaca que, apesar do esgotamento das doses destinadas à campanha temporária, a cidade ainda conta com cerca de 16 mil doses em estoque que serão destinadas ao público inicial da campanha, de 10 a 14 anos de idade, conforme o plano de vacinação definido pelo Ministério da Saúde e pelo Estado, e não fazem parte da atual ação temporária.
Além disso, confirma que todos que se vacinaram já têm garantido a segunda dose do esquema vacinal após completarem o período de três meses entre a primeira e a segunda dose.
Rede Particular confirma boa adesão
Além das unidades públicas, clínicas particulares como a Diimagem e a Imunitá também oferecem a vacina, embora com custos elevados e alta demanda.
A Diimagem, por exemplo, cobra R$ 420 por dose, mas atualmente está com estoques esgotados devido à grande procura. Já a clínica Imunitá oferece as duas doses em pacote fechado por R$ 1.046. De acordo com representantes da Imunitá, muitos optam pelo atendimento particular por se sentirem mais confiantes na aplicação da vacina e pela dificuldade de encontrar o imunizante em algumas USFs.
A vendedora Aline Costa, que levou sua filha de 15 anos para receber a primeira dose no final do ano passado, compartilhou sua experiência. Ela revelou estar aliviada com a imunização da filha, especialmente porque seu bairro tem registrado muitos casos de dengue nos últimos meses. “Agora que liberaram para outras idades, vou tomar minha dose também”, afirmou Aline, que aguarda ansiosa a segunda dose da filha para completar o esquema vacinal.
A importância da vacinação
A dengue é uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti e pode causar desde sintomas leves, como febre, dor de cabeça e cansaço, até quadros graves, como hemorragias e choque, que podem ser fatais. A vacinação é uma ferramenta essencial para combater a doença, especialmente em regiões como Campo Grande, onde os índices de infecção têm aumentado nos últimos meses.
A vacina disponível oferece proteção contra quatro sorotipos do vírus, reduzindo significativamente o risco de formas graves da doença e internações. Para a população, além de evitar complicações de saúde, a imunização contribui para reduzir a circulação do vírus, beneficiando toda a comunidade.
A ampliação da faixa etária para pessoas de 4 a 59 anos representa um avanço no combate à dengue, mas a conscientização é essencial. Informar a população sobre a disponibilidade da vacina, tanto no sistema público quanto no privado, é crucial para aumentar a cobertura vacinal e, consequentemente, reduzir os casos da doença.
Por Roberta Martins