Parceiro comercial: MS é um dos estados mais beneficiados com a relação entre Brasil e China

china_brasil
Foto: Reprodução

“Grande parte do superávit comercial do Estado, deve-se às nossas exportações para a China”, analisa economista

 

Em uma relação de comércio duradoura com o Brasil, a China é um dos principais destinos de produtos produzidos em solo sul-mato-grossense. E é justamente, o solo fértil e a localização geográfica que tem atraído os olhares de investidores do mundo todo. A China permanece como o principal comprador dos produtos do MS, representando cerca de 45,4% no valor total do ano, segundo apontam dados da Semades (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação).

Cerca de 15 % das exportações para China saiu de Mato Grosso do Sul, com o envio de carne, soja, milho e minério de ferro, conforme lembrou o coordenador da Agricultura da Semadesc, Fernando Nascimento. Ainda segundo sua avaliação, a rota bioceânica proporcionará uma forte vantagem competitiva ao Estado, colocando seus produtos em menos tempo no Oriente.

“Esse quadro injeta recursos e ânimo aos empresários e ao próprio governo que se veem na necessidade de planejar e investir cada dia mais em produtividade, qualidade e logística dos sistemas produtivos. E isso o Governo de Estado, com apoio do Governo Federal e da bancada federal tem obtido grande êxito”, frisou Nascimento.

Em exercício interino no comando do Estado de Mato Grosso do Sul, o vice-governador, José Carlos Barbosa, comentou sobre o bom relacionamento entre as duas nações, em entrevista para o jornal O Estado. “A China, como nosso maior parceiro comercial, tem compartilhado conosco uma visão de crescimento sustentável e geração de oportunidades. Essa relação reflete o potencial de Mato Grosso do Sul como protagonista no mercado internacional, conectando nossa economia local a novas oportunidades globais e promovendo o desenvolvimento econômico com respeito às nossas riquezas naturais e culturais”.

Destaque

Recentemente, as potencialidades de Mato Grosso do Sul foram destaques na mídia chinesa, onde o site Shangguan News publicou: “Mato Grosso do Sul, Brasil: Cooperação com a China promove agricultura e ecoturismo para voarem juntos”, na reportagem características do Estado foram enaltecidas. O vice-governador de MS, comentou sobre a publicação.

“Ser citado em uma mídia chinesa é mais do que um reconhecimento, é a confirmação de que Mato Grosso do Sul está no caminho certo ao se consolidar como um polo estratégico no cenário global. Nosso estado reúne atributos que encantam investidores e parceiros internacionais, como uma agropecuária moderna e eficiente, infraestrutura em expansão e políticas públicas que garantem segurança e inovação de longo prazo”, ressaltou Barbosinha.

O economista e professor na UFMS, Odirlei Dal Moro, avaliou que a China é um grande parceiro comercial do Brasil há muitos anos, e contribui para a geração de divisas, ou seja, na atração de moeda estrangeira para a economia brasileira através das exportações. O especialista avaliou ainda que exportamos produtos primários e importamos produtos tecnológicos.

“Se não tivéssemos essa parceria com a China, o Brasil teria maiores dificuldades em ter uma balança comercial favorável. Então, grande parte do superávit comercial que temos deve-se às nossas exportações para a China, que é, obviamente, nosso principal parceiro comercial, sobretudo das exportações de produtos primários. É importante destacar que nós exportamos para eles, sobretudo, produtos primários, como a soja, milho, minério de ferro, alimentos de uma maneira geral. E nós importamos produtos tecnológicos, como computadores, celulares, televisores, etc. Ou mesmo equipamentos que sejam utilizados para construir esses itens”, detalhou.

Reflexos do dólar

Com as oscilações do dólar nas últimas semanas, Dal Moro também analisou que uma taxa de câmbio mais desvalorizada tende a estimular as nossas exportações e, consequentemente, trazer mais dólares para a economia brasileira.

“Com o dólar mais valorizado ou com uma taxa de câmbio mais desvalorizada, nós exportamos mais, os nossos produtos exportados ficam mais baratos lá fora e as importações ficam mais caras, essa é a dualidade que a taxa de câmbio oferece. Se, por um lado, o dólar valorizado ou o real desvalorizado favorece o comércio exterior para o Brasil, por outro lado provoca uma inflação. Então, essa questão do câmbio é fundamental também para mostrar como isso interfere no comércio e como vem a favorecer a economia brasileira”, conclui.

 

Por Suzi Jarde

Confira as redes sociais do O Estado Online no Facebook e Instagram

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *