Crédito para pessoas físicas atingiu R$ 91,4 bilhões em MS, aponta Termômetro do Varejo

Foto: Marcos Maluf
Foto: Marcos Maluf

O saldo de crédito para Pessoas Jurídicas chegou a R$ 33,8 bilhões em Mato Grosso do Sul, no mês de outubro, de acordo com dados do Banco Central do Brasil compilados pelo Termômetro do Varejo. Já o saldo das Pessoas Físicas chegou a R$ 91,4 bilhões.

O saldo de crédito representa a soma dos valores em aberto – vencidos ou a vencer – das operações de crédito e financiamento.

Analisando a evolução do crédito no Estado, observa-se que o saldo Pessoa Física cresceu 6,6% na comparação entre outubro de 2024 e o mesmo mês do ano passado. Já o crédito a Pessoas Jurídicas cresceu 11,4%.

Por fim, a taxa de inadimplência bancária, calculada como a proporção do saldo de crédito com atraso superior a 90 dias, chegou a 3,9% para Pessoas Físicas e a 3,1% no segmento de Pessoa Jurídica.

Vendas do varejo

De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em outubro de 2024, as vendas do comércio varejista de Mato Grosso do Sul registraram crescimento na comparação com o mês imediatamente anterior. O avanço foi de 0,4%. Já as vendas do varejo ampliado, que considera todas as atividades comerciais segmentadas pelo IBGE, incluindo o comércio varejista, cresceram 2,0%.

O varejo ampliado reúne todas as atividades comerciais, enquanto o comércio varejista desconsidera segmentos mais específicos, como comércio de veículos e materiais para construção.

Serviços, agro e indústria

Os dados mostram ainda que o setor de Serviços mantém a tendência de queda da atividade. De janeiro a outubro de 2024, na comparação com o mesmo período de 2023, a prestação de serviços no Estado recuou 6,3%, ante um crescimento de 3,2% na média nacional.

A produção industrial tem compensado parcialmente a queda da atividade do setor, com alta de 5,5% no acumulado do ano. Esse setor apresenta, no entanto, uma participação menor no PIB do estado.

Por fim, as projeções do IBGE para a safra de 2024 apontam queda com relação a 2023. A atualização das projeções feita em novembro mostra que está mantida a previsão de queda de 29,3% para a produção de grãos do estado, ante uma queda de 6,9% da produção nacional. Depois de anos crescendo acima da média nacional, a atividade econômica desacelera no estado em razão de adversidades climáticas que impactaram a produção agrícola.

“Faltando apenas os dados do último bimestre de 2024, já dá para traçar um “quase-balanço” do ano. Este foi um ano marcado por desafios para a economia de Mato Grosso do Sul. Depois de um período de crescimento acima da média nacional, a economia local enfrenta uma desaceleração, sentida sobretudo pelo setor agrícola e pelo setor de serviços. Parte do comércio também sentiu os efeitos da desaceleração. Enquanto o comércio varejista notou crescimento das vendas de janeiro a outubro de 2024, o varejo ampliado, que considera todas as atividades comerciais, registrou queda”, analisou a presidente a FCDLMS, dra. Inês Santiago.

Mercado de trabalho

Ainda conforme o IBGE, a força de trabalho em Mato Grosso do Sul encerrou o 3º trimestre de 2024 com 1,5 milhão de pessoas. A força de trabalho é composta pelos indivíduos que exercem alguma atividade profissional ou que estão à procura, mas sem trabalho no momento da pesquisa – os chamados desempregados.

O detalhamento dos dados mostra um total de 1,45 milhões de pessoas ocupadas e 52 mil desempregados no Estado. A taxa de desemprego, medida como a proporção de desempregados na força de trabalho, segue recuando em Mato Grosso do Sul e chegou a 3,4% no 3º trimestre.

Por fim, a renda média no estado foi estimada em R$ 3,5 mil, abaixo da observada no 3º trimestre de 2023. Ao longo de 2024, a desaceleração da atividade poupou o emprego, mas limitou o crescimento da renda no estado.

Complementando as informações do IBGE sobre o mercado de trabalho, os dados do Caged mostram a evolução da criação de empregos formais na economia. A criação de vagas é dada pela diferença entre o total de admissões e o total de demissões no período.

De janeiro a outubro de 2024, 26.972 postos formais de trabalho foram criados em Mato Grosso do Sul, sendo que 12.958 foram criados pelo setor de serviços, que aparece na liderança, e 7.876 foram criados pela indústria. Já o comércio criou no estado 4.318 vagas formais no período. Os dados da capital mostram que, em Campo Grande, 8.712 vagas formais foram criadas de janeiro a outubro de 2024. O setor de serviços também liderou a criação de vagas na capital, com 4.107 vagas criadas. O comércio aparece em terceiro lugar, com 1.285 postos formais criados.

Exportações

O saldo da balança comercial de Mato Grosso do Sul no período de janeiro a novembro continua positivo, o que significa que as exportações superam as importações no Estado. No entanto, o saldo caminha para ser menor do que o observado em 2023. O saldo acumulado até novembro foi de US$ 6,7 bilhões, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

No mesmo período de 2023, o saldo da balança comercial foi de US$ 7,1 bilhões A queda do saldo da balança comercial é um reflexo da queda das exportações, que recuaram 5,6% no período. As importações também caíram no período. O recuo foi de 3,7%.

IPCA

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) medido em Campo Grande cresceu 5,1% no acumulado dos 12 meses encerrados em novembro de 2024, ficando acima da média nacional (4,9%). A inflação oficial, medida através do IPCA, tem permanecido acima da meta 3,0% estipulada pelo Conselho Monetário Nacional e é um dos desafios para os próximos meses.

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