Espetáculo que mistura ballet, dança do ventre e jazz, conta com 107 bailarinos e estreia amanhã no Teatro Glauce Rocha
Quem nunca sonhou em visitar a mágica fábrica de chocolates de Willy Wonka? Agora, toda a fantasia dos doces ganha vida no ritmo da dança. O Espaço de Dança Suzana Leite, apresenta o espetáculo “A Fantástica Fábrica de Chocolates”, uma noite que celebra a diversidade e a arte da dança. A apresentação única acontecerá no Teatro Glauce Rocha, no sábado, 14 de dezembro, às 19h, e contará com a participação de 107 bailarinas, com idades que vão de 5 a mais de 50 anos.
No espetáculo, o público acompanhará a aventura de cinco crianças que ganham o direito de conhecer a incrível fábrica de chocolates, após encontrarem os bilhetes dourados. Junto com seus pais, as crianças irão descobrir as maravilhas e doçuras da fábrica, enfrentando dilemas morais ao longo do passeio e aprendendo importantes lições.
Com duração de 2 horas e mais de 20 coreografias, a apresentação promete emocionar o público ao reunir diferentes estilos de dança, como ballet clássico, jazz, dança do ventre e danças urbanas. Originalmente planejado para cerca de 50 ou 60 participantes, o evento reflete a filosofia que acredita que a dança é para todos. O elenco inclui desde crianças de 2 a 3 anos em sua estreia no palco até bailarinas com experiência, em uma harmonia de estilos e idades que fazem do espetáculo uma verdadeira celebração da dança.
O espetáculo é o resultado de um intenso trabalho de um ano das duas unidades do espaço de dança, localizado no Jardim América e Bosque dos Ipês. A diretora e coreógrafa da escola de dança, Graciela Quintana explica que o processo de montagem do espetáculo começa no ano anterior, com a escolha do tema. Em fevereiro, ela já começa a buscar inspirações, músicas e figurinos, dedicando-se a esse trabalho até meados do ano.
ATO I — Repertório
No meio do ano, o tema é revelado ao público durante o espetáculo de gala, um evento mais simples e não temático, mas que serve para apresentar aos pais e convidados o enredo que será desenvolvido. Após essa primeira apresentação, o trabalho com as coreografias e músicas segue com intensidade.
Graciela adapta à história de um filme, criando uma versão própria que será passada para os professores, com cada turma recebendo um tema ou personagem específico. Assim, o trabalho é contínuo e envolve todos os envolvidos, com o desenvolvimento das coreografias sendo um processo que se estende por todo o ano.
“Eu gosto muito de trabalhar com dilemas morais nos meus espetáculos, porque acredito que a dança é feita para levar à reflexão. A dança, como movimento expressivo, tem esse poder de provocar uma análise mais profunda. No ano passado, fizemos o espetáculo que abordou a questão da sustentabilidade e o impacto ambiental. Este ano, estamos explorando os sentimentos”, destaca Graciela para a reportagem.
Desde a abertura do estúdio em 2018, a professora Graciela sempre teve o objetivo de tornar a dança mais acessível. Inicialmente, o projeto era mantido por incentivo privado, com bolsas para algumas bailarinas, mas, em 2024, ela conseguiu realizar um grande passo graças ao apoio do poder público. Através da Lei Paulo Gustavo, o Espaço de Dança Suzana Leite conseguiu levar 17 crianças para vivenciarem uma experiência completa de balé.
“O projeto proporcionou aulas com uma carga técnica sólida, algo que sempre acreditei ser essencial. A evolução das crianças, tanto observada por mim quanto pelas famílias, tem sido extremamente satisfatória. Os pais e as crianças estão muito felizes. Embora o projeto tenha terminado, elas continuam com a gente por uma iniciativa nossa”, destaca.
Como coreógrafa e diretora, Graciela se emociona profundamente ao ver suas alunas no palco. Ela destaca que sempre considerou uma grande honra estar no palco e, por isso, valoriza tanto a oportunidade que oferece às suas alunas de vivenciarem esse momento.
“Para mim, o palco é um lugar mágico, onde as vivências são extremamente significativas. O artista se transforma e se realiza ali. É emocionante ver o brilho nos olhos das crianças, aquele medinho antes de entrar, o frio na barriga. Estar ali com elas, dizendo ‘vai dar tudo certo, aproveite’, é uma experiência muito enriquecedora”.
A coreógrafa acredita que a dança não tem uma única forma certa ou errada, e que os diferentes estilos se complementam de maneira única. Para ela, o desafio de integrar modalidades distintas, como a dança do ventre com outras mais convencionais ou colocar uma criança de 3 anos ao lado de uma bailarina adulta, faz parte da beleza do processo criativo.
“Eu acredito que não existe uma dança certa ou errada, ou melhor que a outra. Cada estilo de dança se complementa de uma forma única. Quando penso assim, o processo de criação fica muito mais fácil, pois cada modalidade vai se encaixando com a outra para formar o espetáculo”, explica.
ATO II — Experiências
A família e os bailarinos estão ansiosos para a apresentação que acontecerá amanhã. Para Elaine dos Santos Ferreira Duarte, mãe da Bailarina Ester Ferreira Duarte, o projeto representa uma valiosa oportunidade e um incentivo à cultura. “Para mim, foi uma nova chance para a Ester. O projeto é uma visão do futuro para ela, pois já a incentiva no que ela deseja para o futuro e, também, na vida dela, já que ela ama o ballet”, comentou.
Elaine descreve a emoção de ver a filha nos palcos como algo indescritível. “É como estar nas nuvens. Ver minha filha fazendo o que ama, se desenvolvendo e se apresentando, vendo-a feliz, é um sonho para nós. O projeto é maravilhoso, não tem explicação”.
A bailarina Ester Ferreira Duarte, de 10 anos, explica que a dança é uma forma de expressar seus sentimentos. “A dança é um lugar onde posso ser eu mesma, seja triste, feliz, animada ou desanimada. Se eu começar a dançar, é um remédio para minha alma. Eu amo muito a dança”, conclui.
Serviço: O espetáculo “A Fantástica Fábrica de Chocolates” será realizado no dia 14 de dezembro de 2024, às 19h, no Teatro Glauce Rocha. Os ingressos estão disponíveis através da plataforma Sympla. Aproveite e use o cupom de desconto: EDSL10.
Amanda Ferreira
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