Com o tema “Viver com Dignidade é Direito Humano”, mostra de cinema começa hoje (26) no MIS
Inspirada na Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), criada em 10 de dezembro de 1948, a 14ª Mostra Cinema e Direitos Humanos chega a Campo Grande de 26 a 29 de novembro, com uma programação gratuita que une filmes nacionais e internacionais para promover reflexões sobre os direitos civis e sociais da humanidade. O evento, que acontece no Museu da Imagem e do Som (MIS), faz alusão à luta por um mundo onde todos possam viver com dignidade, respeito e liberdade.
A primeira edição da Mostra Cinema e Direitos Humanos aconteceu em 2006. Com o tema “Viver com Dignidade é Direito Humano”, a edição deste ano reforça a importância da dignidade como pilar para a liberdade e qualidade de vida. Realizada anualmente em todos os estados e no Distrito Federal, a Mostra tem como objetivo promover reflexões sobre direitos humanos, utilizando o cinema como ferramenta de sensibilização e diálogo.
A programação inclui oito sessões de curtas e longas-metragens, além de uma sessão especial voltada ao público infantil. Também estão previstos debates com cineastas, como a diretora Marinetti Pinheiro, que marcará presença na abertura para discutir o legado de Cristina Amaral. Os filmes foram selecionados por chamada pública e abrangem temas como igualdade, justiça social e diversidade, representando todas as regiões do Brasil.
A 14ª Mostra presta homenagem à Cristina Amaral, uma dos maiores nomes do cinema brasileiro. Conhecida por seu trabalho em filmes que abordam questões sociais e humanas, Cristina tem em seu portfólio importantes documentários, como Quilombo Rio dos Macacos e Teatro Experimental do Negro, que evidenciam sua dedicação aos direitos humanos.
Todas as exibições no MIS são gratuitas e acessíveis, com legendas descritivas e janelas de Libras para garantir a inclusão de todos os públicos. Além disso, no dia 29 de novembro, a Mostrinha, programação dedicada ao público infantil, será exibida na Central Única das Favelas (Cufa), no bairro São Conrado, a partir das 19 horas.
Organização
A Mostra é um projeto nacional idealizado pelo Ministério dos Direitos Humanos em parceria com as Universidades Federais de todos os estados do Brasil. O tema escolhido para este ano, “Viver com Dignidade”, reforça a importância do evento como um espaço de diálogo e reflexão sobre questões fundamentais que impactam a vida dos cidadãos. Em entrevista à reportagem, as organizadoras Venise Melo e Verônica Lindquist explicam a análise das produções do festival.
“Essas produções propõem uma reflexão sobre o momento em que vivemos e as possíveis direções para o futuro, incentivando debates que abram novas possibilidades para repensar a vida. A Mostra, por sua vez, busca promover esses diálogos e reflexões por meio da sétima arte”, destacam.
Os filmes apresentados na Mostra abordam temáticas contemporâneas que refletem as diferenças presentes na sociedade atual, como questões étnico-raciais, de gênero, territoriais e a crescente influência das tecnologias.
“É por meio do cinema, da arte e da convivência com as diferenças, que a Mostra nos provoca a abrir estes espaços para a reflexão e para produção de um sonho coletivo de um “‘viver com dignidade’”, explicam.
A cineasta Cristina Amaral está sendo homenageada na Mostra por se tornar a primeira mulher negra montadora de filmes nacionais. Ela faz parte de um movimento cinematográfico experimental e independente que reflete tanto a realidade do cinema brasileiro quanto as questões sociais do país.
Os debates de cada sessão são conduzidos em um ambiente que busca promover o diálogo sobre as diferenças, abordando temas como questões raciais, de gênero, deficiência, trabalho, questões territoriais, entre outros. A organização do evento, reafirma que o objetivo é contribuir para a sensibilização e para a construção de relações sociais baseadas na alteridade.
“O cinema e a arte nos impactam ao nos aproximar do Outro, daquilo que é diferente, e promovem um diálogo direto por meio da exibição de experiências e vivências. Essa sensibilização nos provoca a refletir sobre a sociedade que queremos construir, onde todos possam viver com dignidade”, finalizam.
A seleção de filmes da Mostra foi realizada por uma curadoria composta por profissionais experientes e jovens curadores, por meio de um edital, e seguiu as referências do trabalho da montadora Cristina Amaral. Cada uma das oito sessões da Mostra do evento busca construir uma percepção sensível e promover o diálogo com as diferenças, com o objetivo de tornar a vivência com dignidade uma realidade em nossa sociedade.
Programação completa
Dia 26 (terça-feira)
19h: Cerimônia de abertura, exposição MADi – Mostra de Arte Digital e sessão homenagem com exibição de filmes e debate (66 minutos, classificação livre).
Dia 27 (quarta-feira)
14h30: Sessão “Territórios e Dignidade” com filmes e debate (86 minutos, classificação 12 anos).
19h: Sessão de Homenagem 1, com o longa “Cidade; Campo” (120 minutos, classificação 14 anos).
Dia 28 (quinta-feira)
14h30: Sessão “Jovens Curadores” com exibição de curtas (68 minutos, classificação 10 anos).
19h: Sessão de Homenagem 2, com o filme “Curtas Jornadas Noite Adentro” (102 minutos, classificação 16 anos).
Dia 29 (sexta-feira)
8h30: Sessão infantil com o filme “Garoto Cósmico” (76 minutos, classificação livre).
14h30: Sessão “Depois do Expediente” com exibição de curtas e debate (101 minutos, classificação 12 anos).
19h: Mostrinha na CUFA, com exibição de “Garoto Cósmico”.
Por Amanda Ferreira
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