Apenas duas capitais brasileiras elegeram prefeitas nas eleições deste ano
Escolhida para um mandato de mais quatro anos em Campo Grande, a prefeita Adriane Lopes (PP) integra um seleto grupo, de apenas duas mulheres, eleitas para prefeituras de capitais pelo país. A outra foi Emília Corrêa (PL) de Aracaju. Em Mato Grosso do Sul, outras 12 candidaturas femininas tiveram sucesso nestas Eleições Municipais 2024.
Adriane também é a única prefeita eleita de capital com uma mulher de vice, com a Dra. Camilla Nascimento (Avante) completando sua chapa, enquanto a prefeita de Aracaju tem Ricardo Marques (PL), como segundo em comando.
A prefeita campo-grandense se elegeu com 222.699 mil votos, que representa 51,45% do eleitorado, sendo a representação de uma eleição histórica, com uma mulher eleita diretamente para a Prefeitura de Campo Grande, mas antes mesmo do resultado final, pleito já era inédito, por ter duas candidaturas femininas no segundo turno. Sua adversária, Rose Modesto (União Brasil), perdeu por 12.587 mil votos de diferença.
Sendo a primeira mulher eleita para a Prefeitura de Campo Grande, Adriane agradeceu e disse que as mulheres precisam descobrir a força que têm. “Porque se eu consegui, elas também irão conseguir”.
O público feminino teve a maior taxa de comparecimento no primeiro turno das eleições, foram 76,31% das 349.234 mil eleitoras, uma taxa de abstenções de 23,69%. Já o público masculino teve 27,64 % de abstenções dos 296.964 mil eleitores aptos, o que evidencia a presença do público feminino não só com representantes, mas também no voto.
Estado
Em Mato Grosso do Sul, número de prefeitas eleitas em 2024 quase dobrou se comparado às Eleições Municipais de 2020. Naquele ano, cinco mulheres foram eleitas, sendo: Corguinho – Marcela Ribeiro Lopes (PSDB); Fátima do Sul – Ilda Machado (PSD): Jardim – Dra. Clediane (DEM); Naviraí – Rhaiza Matos (PSDB) e Água Clara – Gerolina (PSD).
Gerolina de Água Clara, Clediane de Jardim e Rhaiza de Naviraí, se candidataram à reeleição, mas apenas Gerolina conseguiu se eleger e, obviamente Adriane Lopes, reeleita nesse domingo em segundo turno.
Além de Adriane Lopes, outras 12 mulheres foram eleitas neste ano em Mato Grosso do Sul. São elas: Água Clara – Gerolina Da Silva Alves (PSDB); Aral Moreira – Dra Elaine (MDB); Bodoquena – Girleide (MDB); Bataguassu – Wanderleia Caravina (PSDB); Brasilândia – Marcia Regina do Amaral Schio (PSDB); Caarapó – Maria Lourdes Portugal (PL)Coronel Sapucaia – Niágara Kraievski (PP); Douradina – Nair Branti (PSD)Eldorado – Fabiana Maria Lorenci (PP); Jateí – Cileide Cabral (PSDB); Mundo Novo – Rosária De Fátima (PSDB); Sonora – Clarice (MDB).
Ainda assim, o número de candidaturas femininas, mesmo com cota mínima exigida, é quase metade das masculinas. Neste ano, das 7.368 mil candidaturas em Mato Grosso do Sul, 36% foram de mulheres. Dos 974 candidatos eleitos, entre vereadores e prefeitos, foram 211 mulheres, 21,66%.
Mulheres pelo Brasil
Além de Adriane Lopes em Campo Grande e Emília Corrêa em Aracaju (Sergipe), 728 mulheres foram eleitas prefeitas pelo Brasil, cinco delas no segundo turno concluído neste domingo (27). Isso representa um aumento de 10% em relação a 2020, quando o país teve 662 eleitas.
Os partidos lançaram 2.362 candidatas ao cargo em 1.986 municípios do país. Uma em cada três delas conseguiu se eleger, o que representa um crescimento de cinco pontos percentuais em relação à taxa registrada na última eleição municipal.
Com cinco candidaturas anuladas sub judice, após decisão da Justiça Eleitoral, o número total de prefeitas ainda pode aumentar.
Por Carol Chaves