O governo federal irá definir nesta terça-feira (15) se o horário de verão será retomado ainda este ano. A decisão será tomada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que se reunirá com a equipe técnica da pasta em Brasília para avaliar a questão. A urgência da decisão fez com que o ministro reduzisse seu período de férias em uma semana, retornando ao trabalho na segunda-feira (14).
O horário de verão, que consiste em adiantar o relógio em uma hora durante parte do ano, sempre dividiu opiniões entre os brasileiros. Tradicionalmente, a medida era adotada para promover economia de energia elétrica, especialmente durante os meses de maior demanda.
Em declarações recentes, Silveira destacou a importância de avaliar o equilíbrio entre economia de energia e impactos em outros setores. “Se não houver risco energético, é uma questão de custo-benefício, e terei a tranquilidade, a serenidade e a coragem de decidir a favor do Brasil. Nem sempre economizar 0,5% ou 1% na conta de energia é o mais importante; é preciso considerar o impacto em outros setores”, afirmou o ministro.
A reunião de hoje foi marcada com caráter de urgência devido à necessidade de permitir que os setores impactados possam se planejar adequadamente. Silveira enfatizou que a maior relevância do horário de verão se dá entre 15 de outubro e 30 de novembro, período em que a medida gera maior economia energética. Após 15 de dezembro, essa importância tende a diminuir.
Outro fator importante para a decisão é a crise hídrica enfrentada pelo Brasil. Dados do Cemadem (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais) apontam que o país vive a pior crise de chuvas dos últimos 73 anos, um cenário que pode influenciar na necessidade de medidas para garantir a segurança energética.
O ministro também deixou claro que, se o horário de verão for restabelecido, não haverá impacto no segundo turno das eleições, que acontece no dia 27 de outubro. Para evitar transtornos, Silveira explicou que é necessário um prazo mínimo de 20 dias para que setores como o transporte aéreo e a segurança pública possam se organizar.
No último dia 9, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apresentou previsões para o período de outubro de 2024 a março de 2025, destacando incertezas sobre o início e intensidade do período de chuvas. Apesar de alguns modelos indicarem um aumento na precipitação a partir da segunda quinzena deste mês, a situação ainda é considerada incerta.
O horário de verão foi abolido em abril de 2019 pelo governo Jair Bolsonaro, com o argumento de que a medida já não trazia os benefícios econômicos esperados. Caso o governo atual decida por sua retomada, será a primeira vez que a medida volta a ser aplicada desde então.
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