Estabilizado há cerca de dois meses, preço do feijão-carioca pode aumentar na Capital

FOTO: NILSON FIGUEIREDO
FOTO: NILSON FIGUEIREDO

Em comparativo com 2023, preço está 25% superior e tem como principal problema a alíquota do ICMS no Estado

O feijão-carioca está 25% mais caro em comparação com o mesmo período de 2023. As informações são do IBRAFE (Instituto Brasileiro de Feijão e Pulses) e traz um balanço que revela mais do que números, pontua na verdade, uma situação que afeta a agricultura em geral, a seca. Em pesquisa em supermercados da Capital, a reportagem do jornal O Estado identificou uma média de R$ 7,12 sob a cotação de oito marcas diferentes de feijão-carioca. O produto foi encontrado com menor preço no supermercado Atacadão da Costa e Silva, enquanto o preço mais elevado foi identificado no mesmo estabelecimento. Para representantes do Ibrafe, o principal problema de MS quando o assunto é o feijão, está na verdade no ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre o produto que compõe um dos itens da cesta básica.

Produtores do Brasil têm sentido dificuldades na colheita, sobretudo em estados como Minas Gerais, Goiás e Bahia. Como resultado, os preços reagem às intempéries do clima nas mais variadas regiões do Brasil e Mato Grosso do Sul não fica de fora nesta conta. Em cotação no Supermercado Atacadão na segunda-feira (23), o feijão-carioca Femila era vendido a R$ 6,79, já o feijão Beta foi o preço mais barato encontrado, sendo comercializado a R$ 5,25. Já o feijão Paquito era vendido a R$ 7,45 no varejo, enquanto o feijão-carioca Yamanari estava sendo comercializado a R$ 7,89. Por fim, o produto mais caro no estabelecimento foi de R$ 8,15, da marca Kicaldo. No Mercado Bandeiras, foram encontradas menos opções. Pela lógica de mercado, quanto menor a oferta, mais caro é o produto. O feijão brasileiro, a exemplo, era vendido no estabelecimento na faixa de R$ 5,99, enquanto o feijão Paquito era comercializado a R$ 7,99 e o feijão da marca Bem-Te-Vi a R$ 7,49.

Segundo o presidente do IBRAFE (Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses), Marcelo Eduardo Luders, hoje a principal problemática do feijão em Mato Grosso do Sul é o valor do ICMS. “O maior problema do MS é o ICMS sobre o feijão. Goiás é 4%, Paraná 1%, Mato Grosso 3,5% e Minas Gerais 0%. Hoje há indícios de que diminuir a alíquota aumenta a arrecadação”, argumentou a reportagem do O Estado.

De acordo com dados disponibilizados pela IBRAFE a partir de levantamento da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), na segunda safra, sendo comparado os dados de Mato Grosso do Sul entre 2022/20233 e 2023/2024, os números apresentam uma variação de 20,5, sendo na safra 22/23 representando o número de 8,3 e a safra 23/24, representando 10,0. Já com relação à terceira safra, a média de, pelo menos, quatro safras sequencialmente ficaram em 0,4, sem variação demonstrada.

O gerente do Mercado Bandeiras, Lucas Ferreira do Nascimento, 28 anos, explica que neste mês, o fornecedor ainda manteve o preço, mas que o mercado já está sob aviso quanto à possibilidade de aumento nos valores. “Disseram que vai subir bastante. O fornecedor nos liga com notícias e nós também ficamos de olho nos rivais para melhorar. O preço do feijão está se mantendo há uns dois meses. Mas o café, a farinha de trigo e a laranja, esses subiram bastante. Eu acredito que porque teve seca e queimadas, tem muitos produtos em falta e, com a falta do produto, acaba encarecendo”, avaliou sobre a dinâmica.

Item essencial da cesta básica

Entre julho e agosto, dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) mostraram um cenário positivo na disposição do alimento em pelo menos 15 capitais, mas Campo Grande não está entre elas. Foi identificado que ocorreu uma alta de 0,95% no produto, assim como em Goiânia, onde os valores aumentaram, com 4,77%.

A oferta restrita de grão no Vietnã, o aumento do preço internacional, a desvalorização do real em relação ao dólar e as oscilações no volume da colheita devido às mudanças climáticas são alguns dos fatores que podem explicar a alta de preços no varejo.

Por Julisandy Ferreira

 

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