Volta do horário de verão deve reduzir a emissão de gases de efeito estufa na Capital, cita meteorologista 

Foto: Marcos Maluf
Foto: Marcos Maluf

A medida está sendo considerada em meio ao pior registro de seca dos últimos 94 anos no país

 

Na semana passada, o CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico) se reuniu para discutir a possível volta do horário de verão no Brasil. A medida está sendo considerada em meio ao registro da pior seca dos últimos 94 anos no país, que enfrenta a possibilidade de maiores picos de consumo de energia nos próximos meses.

Thiago Rangel Rodrigues é meteorologista e ressalta que a medida pode ter outros benefícios, já que com a menor demanda por eletricidade durante as horas de pico, especialmente em sistemas energéticos que utilizam fontes fósseis, o horário de verão pode levar a uma redução na emissão de gases de efeito estufa.

“O adiantamento do horário faz com que as atividades urbanas se distribuam melhor ao longo do dia, o que pode reduzir o fenômeno de ‘ilhas de calor’ urbanas, já que a concentração de uso de ar-condicionado e eletricidade em horários noturnos pode ser suavizada”, afirmou.

Contudo, o impacto do horário de verão na economia de energia e nos aspectos físicos depende de variáveis regionais, como a latitude, o clima local, e os hábitos de consumo de energia. Além disso, com a modernização dos sistemas de iluminação, como o uso de lâmpadas LED mais eficientes, o impacto do horário de verão na economia de eletricidade tem sido revisado em diversos países.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defende a volta do horário de verão como uma estratégia para reduzir a pressão sobre o sistema elétrico e evitar aumentos nas contas de luz. Segundo ele, embora o país não enfrente uma crise energética iminente, a medida se torna cada vez mais relevante para otimizar o consumo de energia.

Mudanças no clima não devem ser significativas 

Questionado sobre a volta do horário de verão, ele acredita que Campo Grande não deve sentir diferença em relação ao clima. “Estamos em latitudes baixas e a diferença entre dia e noite é pequena. Pouca variação no comprimento do dia: em áreas próximas ao Equador, a variação na duração do dia ao longo do ano é mínima. Nesses locais, o horário de verão tem pouco ou nenhum impacto, já que o tempo de luz solar disponível não muda de forma significativa entre as estações”, afirmou.

Ainda de acordo com Rangel, em regiões próximas aos polos, os dias de verão são extremamente longos e os dias de inverno são muito curtos. Durante o verão, a diferença entre o dia e a noite é tão grande que o horário de verão tem pouco impacto, pois há luz solar por longos períodos de qualquer maneira.

Em locais como a Escandinávia, a Rússia e o Canadá, os benefícios do horário de verão são limitados, pois a variação na duração do dia é extrema.

“Portanto, o horário de verão é mais eficaz e oferece maiores benefícios energéticos em latitudes médias, onde há uma variação sazonal significativa na duração do dia, mas não tão extrema a ponto de tornar o ajuste do horário irrelevante”.

O governo de Jair Bolsonaro extinguiu o horário de verão em 2019. O objetivo dessa medida era ajustar os horários de atividade econômica e social para coincidir com um período de maior luz solar, reduzindo, assim, a necessidade de iluminação artificial.

 

Por Thays Schneider 

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