A nomeação de Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central, indicada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), só será confirmada após as eleições municipais. Galípolo, atual diretor de Política Monetária do BC, terá seu nome avaliado em 8 de outubro, mas antes disso deverá passar por uma sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), cuja data ainda não foi definida, mas também deverá ocorrer após o período eleitoral.
O adiamento da avaliação de Galípolo frustrou os planos do governo Lula, que esperava confirmar o nome antes das eleições para trazer novas perspectivas ao mercado financeiro. O atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), possui uma abordagem mais conservadora, especialmente no que se refere à manutenção da alta taxa de juros, com a Selic atualmente em 10,5% ao ano. O governo Lula defende uma redução dessa taxa e aposta que a troca de comando no BC pode ser um fator favorável para alcançar esse objetivo.
Apesar da eventual aprovação de Galípolo, a mudança de comando no Banco Central só ocorrerá oficialmente no próximo ano. Ainda assim, sua indicação pode influenciar discussões e trazer novas perspectivas ao mercado mesmo antes de sua posse. A indicação de Galípolo foi oficialmente recebida por Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, que encaminhou o nome à Comissão de Assuntos Econômicos para a sabatina. Pacheco justificou o adiamento devido ao período eleitoral, que resulta em um quórum menor no Senado.
“Estamos fazendo esse esforço concentrado de votações no Senado, mas é um período de processo eleitoral, como acontece em todos os anos eleitorais. Há uma dificuldade em setembro para reunirmos aqui um melhor e maior quórum no plenário do Senado Federal. Tanto proposições mais relevantes quanto indicações dessa natureza que dependem de um quórum”, explicou Pacheco antes de confirmar a votação para 8 de outubro.
O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos, senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), será responsável por definir a data da sabatina. Já o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), que defendia uma sabatina e votação já na próxima semana, lamentou a decisão de adiar o processo.
“É evidente que o próprio mercado e o próprio presidente do Banco Central sabem da importância de sinalizarmos ao mercado quem vai conduzir a política monetária brasileira. Ele já foi indicado, mas depende da aprovação desta Casa. Eu sinto que o nome é um nome que não cria, em princípio, arestas com ninguém. Se dependesse da vontade do líder do governo, eu pediria a vossa excelência para fazê-lo até antes das eleições”, afirmou Wagner, ressaltando, contudo, compreender a escolha pela nova data.
A expectativa é que, mesmo com o adiamento, a indicação de Galípolo possa trazer mais clareza ao mercado financeiro sobre os rumos da política monetária brasileira, alinhando-se aos objetivos do governo Lula de estimular a economia através de uma redução gradual da taxa Selic.
Com informações do SBT News
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