O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu devolver um relógio Piaget, avaliado em R$ 80 mil, que havia recebido como presente em 2005 durante seu primeiro mandato. A decisão de Lula ocorre mesmo após o Tribunal de Contas da União (TCU) ter determinado que a devolução do acessório não seria necessária.
De acordo com assessores do Palácio do Planalto, o presidente expressou o desejo de entregar o relógio pessoalmente ao TCU. A motivação, segundo fontes próximas ao governo, seria evitar que a situação seja usada para enfraquecer as investigações da Polícia Federal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está sendo investigado por um suposto esquema de desvio e venda de joias recebidas como presentes durante seu mandato. Esses itens de luxo foram oferecidos ao governo brasileiro pelo governo da Arábia Saudita.
O julgamento do caso no TCU teve como relator o ministro Jorge Oliveira, que é considerado um aliado e foi indicado ao tribunal pelo ex-presidente Bolsonaro. O entendimento atual do TCU é que ex-presidentes podem ficar com bens considerados personalíssimos, exceto joias, uma regra estabelecida em 2016, 11 anos após Lula ter recebido o relógio de presente.
Durante o período de 2019 a 2022, quando Bolsonaro ocupou a presidência, essa regra já estava em vigor, o que significa que, em tese, ele não poderia ter ficado com os bens recebidos de outros governos. A decisão de Lula de devolver o relógio demonstra uma postura preventiva e busca evitar qualquer comparação entre os dois casos, garantindo transparência e conformidade com as normas vigentes.
Com informações do SBT News
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