Os servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), representados pelo Sindicato dos Trabalhadores do Seguro Social e Previdência Social no Estado de São Paulo (SINSSP), iniciaram na quarta-feira (10) uma greve a nível nacional. A paralisação, motivada pela falta de acordo com o governo federal sobre reajuste salarial, afeta tanto os funcionários que trabalham presencialmente nas agências quanto aqueles em home office.
A greve pode prejudicar a análise e concessão de benefícios como aposentadoria, pensões e o Benefício de Prestação Continuada (BPC). O atendimento presencial também será impactado, exceto pela perícia médica e a análise de recursos e revisões de pensões e aposentadorias. Apesar de várias rodadas de negociação, não houve consenso sobre o reajuste salarial da categoria.
O SINSSP anunciou a instalação do comando de greve, com a primeira reunião marcada para o dia 12, para definir os próximos passos do movimento. O INSS possui 19 mil servidores ativos, dos quais 15 mil são técnicos responsáveis pela maioria dos serviços da instituição, e quatro mil são analistas. Aproximadamente 50% dos servidores ainda estão em trabalho remoto.
Em resposta à greve, o INSS emitiu uma nota informando que está estudando medidas de contingenciamento para minimizar os impactos à população. Segundo o instituto, até o momento, a paralisação não afetou significativamente o sistema e o atendimento do INSS.
O INSS destacou que mais de 100 serviços podem ser realizados pela plataforma Meu INSS, disponível tanto para celular quanto para desktop. A Central de Atendimento 135, que funciona de segunda a sábado, das 7h às 22h, também está à disposição para atender a população.
Além da greve atual, os servidores do INSS, representados pela Federação Nacional de Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps), convocaram uma nova paralisação por tempo indeterminado a partir da próxima terça-feira (16). O ofício comunicando a paralisação foi enviado à ministra de Gestão e Inovação, Esther Dweck, e ao presidente do INSS, Alessandro Stefanutto.
No documento, a Fenasps afirmou que as propostas apresentadas pelo governo federal não avançaram significativamente e que a carreira do Seguro Social está sendo prejudicada por medidas como o alongamento da carreira de 17 para 20 níveis e a criação de uma nova gratificação de atividade. A entidade também destacou que as perdas salariais da categoria superam 53% e que o acordo da greve de 2022 ainda não foi cumprido pelo governo.
A Fenasps ressaltou que o prazo para o INSS se adequar à Instrução Normativa 24 (IN24), que transforma os atuais Programas de Gestão em Programas de Gestão e Desempenho, termina no dia 31 deste mês. Essa mudança aumenta a pressão para o cumprimento de metas e pode resultar em desconto salarial e abertura de Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra os servidores caso as metas não sejam atingidas.
A entidade convocou a categoria para participar das assembleias estaduais que definirão os rumos do movimento.
A greve dos servidores do INSS pode gerar atrasos significativos na análise e concessão de benefícios essenciais para milhões de brasileiros. A população é aconselhada a utilizar os serviços disponíveis na plataforma Meu INSS e a Central de Atendimento 135 para reduzir os impactos da paralisação.
Com informações da Agência Brasil.
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