Agenda do Pontes Pantaneiras, evento realizado em 2023 para discutir ações de conservação, sustentabilidade e valorização do bioma pantaneiro, ganha uma nova edição: o laboratório Pontes Pantaneiras. Com programação aberta para o público apenas no primeiro dia, o evento iniciou segunda (6) no Bioparque Pantanal, com encontro e mesas redondas entre acadêmicos do Mato Grosso do Sul, Londres e Estados Unidos, além de palestras no período da tarde. Nesta segunda edição, o laboratório é focado para especialistas, que discutem a conservação do bioma diante das atividades econômicas realizadas na região. O encontro tem programação agendada até quarta-feira (9).
A programação realizada nesta segunda (6) contou com mesas redondas, lançamento literário e palestras durante o dia todo. As atividades foram abertas ao público e envolveram mais de 100 convidados.
“Nós tivemos acadêmicos em apresentações durante a abertura. O secretário da Semadesc (Secretário Executivo Meio Ambiente), Arthur Falcette, realizou um seminário sobre a Nova Lei do Pantanal. O encontro é uma maneira de todo mundo ter oportunidade de falar. Então, a ideia é nós sentarmos juntos e conseguirmos pensar sobre o futuro do Pantanal. Além disso, trazer o Pantanal para uma agenda internacional, que é onde ele merece estar”, salienta o coordenador do encontro, Rafael Chiaravalloti, professor da Universidade Colégio de Londres.
Para a coordenadora geral do evento, Cristina Tófoli, tornar o Pantanal uma pauta do exterior é uma forma de manter os desafios da região em debate. Durante a inauguração, na parte da manhã, acadêmicos do Estado, São Paulo, Londres e Estados Unidos realizaram apresentações e bate-papos. Mas, outro ponto de destaque que o projeto angariou desde o seu início, em 2018, é o diálogo com pecuaristas.
“A primeira coisa que eu acho que o projeto dos Pontos Pantaneiros realizou foi trazer os fazendeiros para discutirem o que eles veem e enxergam como pecuária sustentável. Nós estamos trazendo a visão deles para construir – juntos – o que seria uma pecuária sustentável no Pantanal”, explicou Tófoli. “Assim, nós buscamos aliar o conhecimento científico com o conhecimento tradicional, para chegar a um ponto em comum. É um diálogo lento, mas é um resultado significativo do projeto. O nosso foco é a conservação do espaço, sendo a natureza em contato com o homem, com a cultura, mas de modo sustentável, responsável”, assegurou a coordenadora geral do evento.
Construção coletiva é o foco do encontro, que vê no posicionamento meios de angariar avanços para a conservação da região. O Rafael Chiaravalloti destaca a Lei do Pantanal como um exemplo dessa iniciativa.
“A Lei do Pantanal é um dos poucos exemplos de uma lei construída em uma parceria entre os produtores, as pessoas envolvidas na questão ambiental e a universidade. Então, é um excelente exemplo de como a gente pode trazer uma regulação para um bioma por meio de uma construção coletiva de uma Lei”, explicou.
Em busca de soluções
O Laboratório discutirá nesses próximos dias, com pesquisadores da área, soluções para atividades econômicas no bioma, como interações e desafios entre os ribeirinhos e animais que vivem na região e suas implicações na saúde, além da Nova Lei do Pantanal. O evento é um meio de reunir acadêmicos, professores e especialistas da área para soluções de enfrentamento aos desafios que a região enfrenta, explica Rafael Chiaravalloti.
“Esse espaço é como um lugar de aprendizado. Nós queremos entender as dificuldades, queremos entender os conflitos, queremos usar essas dificuldades como espaço de aprendizado, usar os problemas passados para a gente poder pensar o Pantanal de uma maneira coletiva”, afirmou.
Os próximos encontros serão realizados na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) voltados para especialistas. Para acompanhar a programação e o projeto Pontes Pantaneiras, acesse @pontespantaneiras.
Por Ana Cavalcante
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