O maior movimento ambiental global, a Hora do Planeta de 2024 convida as pessoas a “doar uma hora à Terra”, promovendo ações positivas para o planeta enquanto fazem algo que amam. A ação ocorre em todo o mundo no dia 23 de março às 20h30 (horário local).
Desde a sua criação em 2007, a Hora do Planeta é conhecida pelo momento de apagar as luzes. O ato simbólico alerta para a principal fonte de emissões dos gases que estão mudando o clima do planeta, que é a queima de combustíveis fósseis para a geração de todas as formas de energia, incluindo a elétrica.
Desta forma, o apelo à ação “Doe uma hora à Terra” incentiva as pessoas não só a desligar as luzes simbolicamente, mas também a dedicar 60 minutos para fazer o bem ao planeta enquanto realizam algo que gostam, como por exemplo, uma caminhada pela floresta ou ações de ativismo digital. O objetivo é criar a Maior Hora do Planeta.
Em 2023, a Rede WWF somou mais de 410 mil horas doadas ao nosso planeta por apoiadores em 190 países e territórios, representando 90% do planeta, tornando-a a maior Hora da Terra.
O Brasil na encruzilhada energética
No Brasil, a geração de eletricidade ainda é majoritariamente limpa. No entanto, o país tem gradualmente “sujado” sua matriz elétrica com a crescente incorporação de termelétricas. Só em usinas térmicas serão investidos 12 bilhões até 2026. Se olharmos para toda a matriz fóssil no ano de 2022, o setor foi agraciado com 81 bilhões de reais, valor cinco vezes maior que o investimento em energias renováveis, segundo o INESC – Instituto de Estudos Socioeconômicos.
Só que a matriz energética vai além da geração de eletricidade: por ter historicamente privilegiado o modal rodoviário para o transporte de cargas e pessoas, o país tem um alto consumo doméstico de petróleo, cerca de 2,5 milhões barris/dia. E é aqui onde o Brasil tem dado sinais preocupantes: na mais recente versão do Plano de Aceleração do Crescimento, os investimentos em combustíveis fósseis respondem por 335 bilhões, ou seja, 62% do total. Os planos da Petrobras estão colocando nosso país na rota de se tornar um petro-estado global.
A incoerência dos planos energéticos, além da persistência do desmatamento e queimadas – que agora afetam gravemente o Cerrado, a maior savana do planeta – reforça a urgência da ação, alerta Gabriela Yamaguchi. “Estamos em um momento decisivo para garantir que as metas climáticas sejam alcançadas. Às portas da COP 30, que será realizada em Belém, e no ano da COP 16, de Biodiversidade, que será realizada na Colômbia, e liderando as negociações do G20, o Brasil tem a oportunidade de encaminhar acordos importantes e se tornar líder em questões ambientais. Precisamos engajar toda a sociedade nessa luta e a Hora do Planeta cumpre esse papel ao abordar de forma criativa o compromisso ambiental”.
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Com informações WWF Brasil