Em mais um capítulo do caso de desmatamento no Parque dos Poderes, ambientalistas apontam manobra administrativa dentro do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) para autorizar a derrubada de mata nativa. Para eles, a atitude foi para atender os interesses do Tribunal, que tem planos de construir o “Palácio da Justiça” e o espaço já autorizado não é suficiente.
Conforme explicou a advogada Giselle Marques, que representa o grupo Juristas pela Democracia, da ong SOS Parque dos Poderes, quando um processo é julgado, além do juiz titular Ariovaldo Nantes Corrêa, existe uma lista de substitutos já estabelecida lá no início do caso, que tramita desde 2019 na 1ª Vara de Direitos Difusos. Nenhum deles foi acionado agora, mas sim a auxiliar Elizabeth Rosa Baish, que julgou e homologou o processo em apenas oito dias.
“Essa manobra é repugnante! O Tribunal não chamou nenhum deles, mas uma auxiliar que não constava na lista. Colocou uma magistrada para beneficiar a sua posição, pois ele quer desmatar além dos 28% autorizado pela Lei Estadual, quer desmatar mais para a construção do Palácio da Justiça, como se o palácio atual não fosse suficiente. Em apenas oito dias ela sentenciou um processo que vinha desde 2019 e num momento inoportuno. Havia um prazo e ela atropelou, violando a defesa dos cidadãos representados”, defende a representante do grupo.
Para manifestar a revolta com a decisão, no próximo sábado (20), representantes de diversas entidades estão organizando um protesto pela preservação do Parque e contra o desmatamento. “Estamos sendo procurados por muitas pessoas, trabalhadores, estudantes, gente simples que quer fazer algo para salvar o Parque. Por isso chamamos esse Ato Público que vai ter música, dança e poesia. Quem quiser se apresentar, é só chegar e dar a sua contribuição para a preservação da vegetação nativa do Parque”, concluiu Giselle. O ato está marcado para às 9h do dia 20 de janeiro, na rotatória da Avenida Mato Grosso, na entrada do Parque.
Da Redação
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