Primeira semana de 2024 tem alta de 99% nos casos da covid-19

Hospital Regional MS
Nilson Figueiredo

Hospital Regional sofre com aumento de infecções e vive surto hospitalar, segundo infectologista

A primeira semana do ano teve um aumento de 99% dos casos de covid-19 em relação à última do ano passado, foram registrados mais 275 novos casos nesse período. O HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul) suspendeu cirurgias eletivas por cinco dias, a contar à partir do dia 15 de janeiro, a medida foi tomada devido o alto número de casos da covid-19 nos colaboradores, fazendo com que muitos tenham se afastado dos serviços, com atestado médico.

No ano passado, 229.277 indivíduos contraíram a doença e 248 vieram a óbito. Somente na última semana de 2023, de acordo com o Boletim Epidemiológico da SES (Secretaria de Estado de Saúde), do dia 26 de dezembro à 2 de janeiro, foram registrados mais 138 casos e três óbitos. Já na primeira semana deste ano, do dia 2 à 9 de janeiro, 275 pessoas se infectaram, resultando ao total 622.899 casos no Mato Grosso do Sul, um aumento de 137 novos casos, ou seja, 99% de alta em uma semana, ainda seis morreram em decorrência da doença neste período, totalizando 11.178 vítimas no Estado.

O HRMS vem sofrendo com esse aumento e para evitar mais contaminações na equipe adotaram as recomendações do Núcleo de Vigilância Epidemiológica do hospital. As medidas tomadas são: a suspensão temporária de cirurgias eletivas à partir de 15 de janeiro com previsão de retomada após cinco dias; limitação de apenas uma visita por paciente e o uso obrigatório de máscaras. Após o período estabelecido, o atendimento voltará à normalidade.

Segundo infectologista Júlio Croda o Hospital Regional vive um surto hospitalar. “Os funcionários que estão com a doença já foram identificados e agora estão em tratamento, tem diversas variantes espalhadas pelo Estado em análise e o período de férias também contribui para a proliferação dos casos”, pontuou.

Em nota, a SES aponta uns dos motivos para o aumento de novos casos. “Há preocupação quanto a casos represados e que podem ser inseridos nos sistemas de notificação nos próximos dias como reflexo das festividades de final de ano, aglomerações, viagens”. A Secretaria também faz algumas recomendações para evitar o contagio. “Reforçamos as medidas de prevenção amplamente divulgadas como uso de máscara, principalmente por pessoas imunocomprometidas e idosos. O risco também é maior para crianças menores de 2 anos e por isso, familiares e cuidadores devem redobrar os cuidados”.

Vacinação

“Cabe lembrar que a melhor estratégia de prevenção é a vacinação que segue disponível em todas as unidades de saúde do Estado”, reforça SES. No Estado, em relação ao panorama da vacinação contra a covid-19, a uma média de 80% de cobertura vacinal para pessoas que receberam, pelo menos, duas doses da vacina monovalente.

“Desde o ano de 2023, o Programa Nacional de Imunizações tem implementado uma estratégia de vacinação contra a covid-19, com o imunizante atualizado da Pfizer, que nós chamamos de Pfizer bivalente, que já possui ali os componentes contra as novas variantes. No ano de 2023, a cobertura vacinal do MS ficou na casa de 13,82%, com a média de aplicação de 279.120 doses para esses grupos, que pertencem ali aos grupos elegíveis para recebimento dessa vacina, um pouco abaixo da cobertura nacional que ficou na casa dos 16%. Porém, no ano de 2024, à partir de janeiro, o Ministério da Saúde atualizou as regras de vacinação contra a covid19, preconizando uma dose de reforço para os grupos prioritários”, revela Frederico Moraes, gerente da Coordenadoria Estadual de Imunização do MS.

Os grupos prioritários, que são formados por idosos com 60 anos ou mais, gestantes e puérperas, trabalhadores da saúde, pessoas vivendo em instituições de longa permanência, ribeirinhos, quilombolas, indígenas, todas essas populações que têm um grau de vulnerabilidade para adoecimento em relação à covid-19 deverão receber a sua dose anual de reforço com a vacina bivalente.

“Essa é a estratégia que o Ministério da Saúde tem recomendado. Nós temos doses disponíveis, temos recebido remessas do Ministério da Saúde, todas as unidades de saúde aqui do Estado terão essas doses disponíveis [Pfizer bivalente]. Nós temos recomendado o início dessa estratégia e a oferta de forma extensiva para esses grupos prioritários”, pontua Frederico Moraes.

Por Inez Nazira.

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