No cenário artístico de Mato Grosso do Sul, destaca-se o Coletivo Urutau, formado por treze membros, todos estudantes e formandos de Artes Visuais pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). O grupo nasceu a partir de um grupo de estudos de desenho coordenado pela professora e artista Constança Lucas. A ideia inicial era criar um espaço para compartilhar suas produções artísticas e participar de feiras e eventos na universidade.
O nome “Urutau” surgiu a partir da associação com a feira anteriormente chamada de Capivara. A predileção por desenhos de animais e a coincidência de vários integrantes desenharem o urutau, uma ave noturna com uma expressão peculiar, levaram à escolha do nome. A carinha única do bicho e a afinidade com o desenho animalista tornaram o nome Urutau uma escolha natural e marcante.
Membros e Suas Influências
Cada membro do coletivo traz consigo inspirações únicas e referências diversas. Dentre os integrantes, destacam-se:
- Fernanda Moussalem: Inspirada por ilustradoras como Tina Yu, Alissa Mees e Audra Aucleir.
- Lucas Maier Costa: Influências de ilustradores como Even Mehl Amundsen e Adam Duff.
- Karina Mie Teruya (Littlehouse): Busca inspiração em artistas como J.C. Leyendecker e Mucha, com uma abordagem de semi-realismo mais ilustrado.
- Laura Braga Sardá: Referências em ilustradores digitais como StarEmber.
- Thais Soares (Catiti Cadernos): Inspirada por Regina Silveira (artista multimídia) e Gilvan Samico (gravurista).
- Beatriz Matos (Beare): Referências em Kim Jun Gi e Yoshitaka Amano.
- Sanshaine Moura: Influências de Holly Warburton, Bia Daga e Jamie Hewlett.
- Bianca Esquivel: Inspirada por Adolfo Serra, Camila Sombra e Maurício de Souza.
- Paola: Referências em Claude Monet, Yunuen Esparza e Kathleen Gray Farthing.
- Victor Hugo Sousa (Virtu Illustrations): Influências de Bo Chen, Carles Dalmau e Cosmic Spectrum.
- Vinícius Davis Ramos: Inspirado por Takehiko Inoue, Maurício de Souza e Suzy Lee.
- Giovanni Ernesto Vicente Brunetto: Referências em quadrinistas como Victor Caffagi, Lu Caffafi, Jefferson Costa e Paulo Crumbim.
- Marina Cozta (Mär Cozta): Influências de Lourenço Mutarelli, Katsuya Terada e Eliza Ivanova.
Materiais Utilizados
O Coletivo Urutau trabalha com uma variedade de materiais, priorizando papéis de gramatura mais alta para garantir qualidade e resistência. A utilização de nanquim é comum, seja por canetas de pena ou pincel. Além disso, a caneta esferográfica e o lápis comum são ferramentas valorizadas pela praticidade e versatilidade.
Depoimentos dos Artistas
Sanshaine Moura:
“Minha arte busca experimentar texturas, tanto no digital quanto no tradicional. Exploro diferentes suportes, papéis, madeira e tela, utilizando materiais diversos, desde giz pastel oleoso até tinta acrílica e marcadores. A paleta de cores reflete meu gosto por combinar tons frios e quentes, criando um caos harmonioso que provoca sentimentos e reflexões.”
Mär Cozta:
“Gosto de experimentar a mescla entre arte digital e tradicional. Meus trabalhos exploram temáticas profundas com contrastes carregados, muitas vezes indo ao encontro da gravura e do nanquim.”
Vinícius Davis:
“Me inspiro em filmes, animes, mangás e quadrinhos para criar meus desenhos tradicionais. Começo com esboços a lápis e finalizo com canetinha hidrográfica e lápis de cor.”
Encadernação
Thais Soares, membro do coletivo, destaca que todos os cadernos feitos pela artista são feitos à mão, utilizando papel pólen de noventa gramas. As estampas são autorais, criadas com desenhos e carimbos feitos à mão. São utilizadas diferentes técnicas de costura, aprendidas através de cursos, tutoriais online e experimentação.
O Coletivo Urutau representa não apenas a diversidade artística, mas também a união de talentos individuais em prol da promoção da arte local. Suas participações em feiras, exposições e eventos culturais na região contribuem para fortalecer a cena artística e proporcionar ao público acesso a obras únicas e autorais. A trajetória do coletivo é marcada pela paixão pelo desenho e o compromisso em superar desafios para expressar suas visões e inspirações.
Desafios
Um dos principais desafios enfrentados pelo coletivo é conciliar o tempo entre os estudos e a produção artística. A demanda por produtos manuais, como adesivos e cadernos, exige tempo e dedicação, muitas vezes sacrificando finais de semana e dias de folga. Além disso, a organização do estoque e a gestão financeira são aspectos constantemente aprimorados para garantir eficiência nas feiras.
A falta de abordagem específica sobre esse aspecto em cursos de artes visuais motivou o coletivo a buscar mecanismos próprios para facilitar a contagem de estoque e o gerenciamento financeiro.
Serviço
Você pode encontrar o coletivo em eventos locais, que possui presença fixa na Feira da Praça da Bolívia, realizada todo segundo domingo do mês pela manhã. O coletivo participa ativamente há cinco edições na Feira Ziriguidum, que ocorre mensalmente no primeiro sábado do mês à na Praça do Preto Velho no período da tarde.
Além das participações regulares, o grupo está aberto a convites para eventos específicos, destacando seu interesse em expandir sua presença. Os interessados em encomendar trabalhos específicos podem entrar em contato pelo Instagram do coletivo @urutaucoletivo, onde há um destaque com informações sobre todos os integrantes e seus respectivos portfólios, ou através do e-mail [email protected].
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