Consumo de sorvete cresce em 70% na Capital com as altas temperaturas

Foto: Marcos Maluf
Foto: Marcos Maluf

Com clientes cada vez mais exigentes, marca aposta em regionalização 

Na Capital sul-mato-grossense, assim como em diversas regiões do Brasil, a onda de calor, desde o período de inverno – em decorrência do El Niño, tem feito com que setores relacionados ao clima quente se beneficiem de um incremento nas receitas. A distribuidora de sorvetes Delícias do Cerrado, por exemplo, é uma das empresas que afirmam ter recebido, em média, por volta de 70% de incremento com o tempo quente, mas esse não é o único ponto que chama a atenção quando o assunto é consumo. Afinal, o público está cada vez mais preocupado em saber a procedência dos produtos e se, de fato, atendem a uma demanda cada vez mais latente: a preservação.

Conforme pesquisa realizada pela Abis (Associação Brasileira das Indústrias e do Setor de Sorvetes), com as altas temperaturas, o Brasil tem atingido patamares maiores em vendas calculado em 30%, se comparado ao último inverno. No ranking de consumo, o Centro-Oeste assume a terceira posição, com 9% das vendas, ficando atrás somente do Sul, que assume a segunda posição com 15% e Nordeste, em primeiro, com 19%. Nos negócios, o setor movimenta em torno de 14 bilhões de reais e fomenta os empregos, gerando, pelo menos, 300 mil vagas no mercado, sejam elas diretas ou indiretas.

Preservação ambiental 

Com a mudança da sociedade, dos hábitos de consumo e de uma clientela cada vez mais exigente, um ponto crucial da indústria, não só alimentícia, mas no geral, são as práticas de preservação. Os consumidores querem saber qual a procedência do produto e se, de fato, ele corrobora para um mundo melhor.

A partir disso, a marca Delícias do Cerrado, por exemplo, se destaca não somente na valorização de uma cultura mais rica regionalmente, mas fomenta, ainda, o plantio de frutos tipicamente encontrados no bioma Cerrado, que comporta, hoje, 22% de todo o território nacional.

Conforme destaca o empresário e proprietário da unidade Delícias do Cerrado, localizada na Barão do Rio Branco, centro da Capital, Marcos Lemes, 30, consumir sorvetes de sabores do Cerrado é, também, fomentar a preservação das florestas, pois quem vive de produzir com frutos da própria floresta não precisa desmatar. “Eu até brinco, ‘Quer preservar a natureza? Compre sorvete do Cerrado’, porque quando você consome algo típico do Cerrado, você não precisa destruí- -lo. Para para plantar soja é preciso desmatar, mas para pegar um araticum, uma guavira, um murici, uma bocaiúva, você não precisa desmatar, então você usa o próprio Cerrado e a própria natureza para ser sustentável. Quando você come algo do Cerrado, ou do Pantanal, que seja, você ajuda a preservar e fazer com que ele se pague. Se a própria floresta me dá retorno, por que vou desmatá-la?”, argumenta o empresário.

A psicóloga e missionária moradora do Quênia, na África Oriental, Valesca Petreli, 43, explica que a ida até a loja Delícias do Cerrado tem um sabor especial. Afinal, há 14 anos morando fora do país, uma das saudades quando o assunto é o Brasil vem, sobretudo, dos sabores brasileiros, que englobam, inclusive, o gosto por sorvetes regionalizados e, de quebra, trazem o gostinho de infância e adolescência, em Campo Grande.

“Eu gosto do sorvete brasileiro, ele tem um sabor muito específico, que a gente não encontra fora do Brasil. Eu sou de Campo Grande e a minha infância foi consumindo sorvetes. Quando a gente sai, percebe que os sorvetes aí fora não tem o mesmo sabor, são diferentes, não necessariamente ruins, melhores ou piores, mas a gente tem saudade dos sabores das frutas brasileiras. O Delícias do Cerrado traz um sabor da minha infância e de coisas que eu tenho saudade de comer, de consumir e nada melhor do que fazer isso no calor”, relembra a missionária.

Por Julisandy Ferreira

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