Datas comemorativas impulsionam as vendas no comércio da Capital

Foto: Marcos Maluf
Foto: Marcos Maluf

Dia das Mães teve movimento 37% maior que em 2022 e Natal deve ser ainda melhor

As datas comemorativas tiveram impactos positivos no cenário econômico de Campo Grande, em 2023. O consumidor campo-grandense foi, de fato, às ruas fazer compras. Um exemplo foi o Dia das Mães, que neste ano teve movimento de 37% maior que as compras no ano passado, segundo previa a pesquisa da ACICG (Associação Comercial e Industrial de Campo Grande). Em Mato Grosso do Sul, a data injetou cerca de R$ 493,5 milhões na economia. 

Ela só perde para o Natal, segundo afirmaram comerciantes para o jornal O Estado. No Dia das Mães, 72% dos comerciantes tinham boas expectativas de vendas, já para o Natal, esse número aumentou para 82%, em que empresários estavam otimistas para lucrar. “Natal é a que mais vende. Nenhuma data comemorativa tem maior movimentação do que o Natal. Na loja, no Dia das Crianças, tem movimento muito grande, mas não chega a ser igual do Natal”, explica a vendedora Debora Pereira, de 19 anos.

 

Foto: “Nenhuma data consegue bater os resultados do Natal” – Debora Pereira, vendedora/Marcos Maluf

 

As lojas de roupas concentram o maior número de vendas tanto no Dias das Mães, como opção de presente, quanto no Natal, por conta da demanda de pessoas que querem passar a data de look novo. “As datas que mais vendem no comércio são Natal e Ano-Novo. Na nossa loja, em específico, também tem o Carnaval, em que as pessoas vêm atrás de roupas coloridas. Isso acaba gerando um movimento grande”, conta Nicolly Cavalheiro, de 18 anos. 

No Dia das Mães, a previsão do Sebrae, em MS, era que R$ 493,55 milhões movimentariam a economia, levando em consideração o gasto com presentes (R$ 231,86 milhões) e comemorações (R$ 261,70). A data, em 2023, movimentou o setor 37% a mais que no ano anterior. Outra dado importante que reforça que o Dia das Mães foi positivo é a forma de pagamento que os consumidores mais utilizaram. A pesquisa revela que 64,31% pagaram à vista (Pix ou débito) e a segunda forma de pagamento foi crédito (35,48%).

O Dia dos Pais de 2023 foi outra data que teve um cenário econômico positivo, com aumento de 41% nas vendas do comércio, em comparação a 2022, conforme pesquisa do IPF-MS (Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio), na época. A data deve movimentar, somente em Campo Grande, R$ 98.887.483,00. Os valores estão divididos em R$ 44.073.447,00 em presentes e R$ 54.814.036,00 em comemora ções. A soma da movimentação financeira é 35% maior que em 2022, quando foram previstos R$ 73.035.620,00. 

O presidente da CDL-CG (Câmara de Dirigentes Lojistas), Adelaido Vila, relembrou que 2022 foi um ano de retomada do varejo depois de dois anos de demandas reprimidas por parte dos consumidores e que em 2023, o consumidor está mais seletivo. 

“O ano de 2022 marca essa retomada do consumidor, ele volta a consumir novamente, volta a comprar roupa, volta a comprar coisas que ele não estava comprando durante os dois anos de pandemia. Nessa época, se comprava somente alimento, e só usava-se pijama. Já 2023 veio com expectativas redobradas, de que seria um ano de mais estabilidade econômica, só que na verdade a troca de governo gerou uma certa instabilidade mercadológica, principalmente para empresários grandes. O que nós vimos, durante o ano de 2023, foi um amadurecimento do consumidor, pois ele começou a andar mais, procurar mais antes de ir às compras, passou a ser mais seletivo”, afirmou. 

A Páscoa, em 2023, movimentou R$ 90,92 milhões, no comércio de Campo Grande, 56% a mais do que no ano de 2022, segundo aponta a pesquisa do IPF-MS.

Dia dos Namorados, das Crianças, Natal e Ano-Novo

Em todas as datas de comemoração, em 2023, foram esperados movimentos maiores nos estabelecimentos comerciais da Capital sul-mato-grossense, segundo pesquisas desenvolvidas pelo Instituto de Pesquisa da Fecomércio MS, o IPF-MS, e o Sebrae MS. Para o dia 12 de junho mesmo, era aguardada uma movimentação 59% maior no do que em 2022. 

A campanha publicitária “Se eu não te amasse tanto assim”, idealizada pela CDL-CG (Câmara dos Dirigentes Lojistas de Campo Grande), veio para movimentar a economia local e atrair os consumidores para a área central da cidade, ofertando descontos e promoções em lojas associadas. A previsão de gasto com presentes e comemorações girava em torno de R$ 123,39 milhões, com gasto médio de R$ 412,49. Desse total, os presentes responderam por R$ 68,95 milhões e as comemorações, R$ 54,44 milhões. 

O presidente da Fecomércio MS e do Sindivarejo Campo Grande, Edison Araújo, observou, na época, que as pesquisas fornecem elementos para que os empresários possam ser mais assertivos em suas estratégias de venda. 

“A qualidade é o principal fator para o qual os consumidores devem olhar, pensando também na escolha do parceiro. Mas, precisamos ficar atentos às vitrines e à estratégia de divulgação. Outro ponto importante é que mais de 75% pretendem pagar à vista, na Capital, e por isso vão querer negociar descontos. Também há 22% que pretendem pagar de forma parcelada, por isso, fornecer condições diferenciadas de pagamento é muito importante.” 

Outra data que não fica de fora é do Dia das Crianças. Neste ano, a previsão era que gasto com presentes e comemorações movimentaria a economia de Mato Grosso do Sul em R$ 357,66 milhões. Com um gasto médio de R$ 373,58, sendo R$ 212,90, em presentes, e R$ 160,69, em comemorações, o resultado supera em 42% os gastos do ano passado. 

A movimentação da economia até o Réveillon é estimada em R$ 143,8 milhões.

Empresários iniciaram 2023 mais otimistas

Uma pesquisa, realizada no início do ano, revelou que 58% dos empresários em Campo Grande esperavam o crescimento de suas empresas em 2023, segundo a ACICG (Associação Comercial e Industrial de Campo Grande). O levantamento ainda sinalizou que 31% dos empresários acreditam que haverá estagnação e quase 11% esperam por queda, no volume de negócios em sua empresa. As informações foram extraídas da pesquisa Desempenho 2022 e Perspectivas para 2023, que a entidade realizou com mais de 100 empresas. 

A ACICG também questionou se os empresários esperavam ampliar o quadro de colaboradores, em 2023. A maioria, quase 70%, indicou que não aumentariam a equipe. Dentro do grupo de 30% dos respondentes que pretendiam ampliar o time de funcionários, pouco mais de 20% disseram que contratariam até 3 colaboradores. 

Além do próprio negócio, os empresários foram indagados sobre a perspectiva da economia brasileira. Para 45%, o maior percentual da pesquisa, esperavam que a economia estivesse melhor em 2023. Para cerca de 30%, a expectativa é de piora e 25% acreditam que seria igual a 2022.

Com relação aos impactos do cenário econômico em 2023, os empresários destacaram a política tributária do país, a alta dos juros e o aumento de gastos com a máquina pública (estadual e federal) como os principais fatores que devem influenciar negativamente. 

“Os empresários também pontuaram que a economia pode ser impactada pelo aumento da corrupção, recessão econômica internacional e restrição da liberdade”, revela o presidente da Associação Comercial, Renato Paniago.

Por – Suzi Jarde e Thays Schneider

 

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