No Mercadão Municipal, custo médio do conjunto de produtos é de R$ 139
Nos últimos dias, vídeos de comédia envolvendo a entrega de cestas de Natal para funcionários ganharam as redes sociais. Para conhecer a realidade da procura, a reportagem do jornal O Estado esteve ontem (11), no Mercadão Municipal de Campo Grande, para verificar se na vida real as empresas estão comprando as cestas para realizarem a gratificação comumente adotada por proprietários de negócios de diversos segmentos, neste período do ano.
Na ocasião, foi verificado que a cesta natalina é comercializada, neste ano, por um valor médio de R$ 139. Em conversa com os comerciantes, o sucesso do negócio e o ritmo das vendas divide opiniões. Enquanto em uma banca, afirma-se o fechamento de, pelo menos, 100 empresas parceiras para a venda de cestas natalinas e um ritmo acelerado na procura, no mesmo corredor, mais à frente, é verificado um cenário um pouco diferente, onde as parcerias com as empresas para a mesma finalidade somam somente três ou quatro.
A proprietária da Real Cesta Básica, Clara Marques, 46, explica que a cesta básica de Natal se diferencia da cesta convencional na escolha dos itens. Em geral, a cesta básica natalina contém as chamadas “guloseimas de Natal”, que consiste em panetones, bebidas – como o champanhe e vinho – castanhas, pêssego em calda, pão de mel, gelatina e maria-mole.
Neste ano, a comerciante argumenta que a expectativa são as duas últimas semanas antes da festividade, pois como destaca, “o brasileiro sempre costuma deixar para a última hora”. “Não sei se por conta da pandemia, mas no ano passado eu vi que estava bem melhor. As pessoas, muito caridosas, procuravam doar para pessoas que, às vezes, tem comércio pequeno, ou trabalhava na rua, ou para doação também. No ano passado estava mais movimentado”, relembra Marques, que afirma estar vendendo, em média, 20 ou 30 cestas básicas por dia.
Conforme avalia a proprietária da Real Cesta Básica, as empresas têm diminuído as compras de fim de ano. Em 2022, Marques relembra que o movimento foi fraco e que em 2023, resta a expectativa de que algumas empresas ainda fechem com o comércio, para fornecer cestas de Natal como presente aos colaboradores. As justificativas para a diminuição das gratificações são variadas. “A gente entra em contato com as empresas que já compraram para fornecer para os funcionários e eles alegam que é por conta do movimento. A renda caiu, não está dando para fazer muita coisa e pagam também o 13º salário. Se optarem por dar algo a mais, fica pesado. Aí eles preferem fazer uma confraternização, algo pequeno – jantar ou almoço, se não fazem a confraternização, eles vêm atrás da cesta natalina”, destaca.
O outro lado
Já o comerciante e proprietário da Gigante Cesta Básica, Adonis Lima, 37, também localizado no mesmo corredor do Mercadão Municipal, traz um contraponto diferente, ao afirmar que do ano passado para este ano, as vendas deram um salto em mais de 50%. Segundo Lima, mais de 100 empresas fecharam com seu empreendimento, a fim de fornecer aos funcionários a gratificação de Natal.
“Melhorou muito, mesmo. Nessa época de final de ano, as pessoas querem fazer doações e presentear os funcionários, que podem ter passado por uma crise de trabalho. As empresas tiveram essa visão para o funcionário, para recompensá-lo. Quando eles estão muito felizes, logicamente a empresa trabalha melhor. As empresas viram isso, que no ano passado foi bom para eles e esse ano melhoraram ainda mais o projeto. Com certeza, 2024 será melhor ainda”, comemora o comerciante.
Impulsão nas vendas
O assessor de comunicação do Mercadão Municipal, Daniel Amaral, argumenta que a movimentação nas bancas de cestas básicas é positiva também para as vendas em geral. “Acabam prestigiando outros segmentos e isso para nós é importante, saber que as pessoas estão vindo. A cesta natalina traz também um símbolo, as pessoas procuram e isso impacta bastante a gente. [Sobre as vendas,] estão na média, não tivemos um ano ‘muito’ melhor, mas percebemos que de última hora começou a dar uma aumentada. Estávamos preocupados esses dias, mas começou a dar uma melhorada”, relata Amaral.
Já o vendedor da rede Farturão Cesta Básica – que não está localizada no mercadão, Bruno Rocha, também afirma que as cestas natalinas são mais voltadas para as guloseimas. No estabelecimento, não é possível fechar um número exato do aumento, segundo o vendedor. No entanto, como estamos caminhando para a reta final, quase nos “finalmentes” das festividades, a tendência para as próximas semanas é aumento. “Não dá para fechar esse número ainda, porque as vendas estão acontecendo. A gente vai ter uma procura ainda maior, mas vamos supor 40% a 50%. A expectativa é que aumente ainda mais, hoje eu não consigo passar [os números] com precisão, pois nós vamos atender até o último dia”, afirma o vendedor.
Por Julisandy Ferreira.
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