Aliados defendem governo Lula e oposição classifica como negativo

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Pesquisa mostra que 57% dos brasileiros estão decepcionados com o terceiro mandato

Segundo pesquisa divulgada na última quinta-feira (7), pelo Datafolha, sobre a avaliação do governo nos primeiros 11 meses, Lula decepcionou 57% dos brasileiros. Apenas 24% afirmou que ele fez pelo país o que esperava e outros 16%, que fez mais do que o esperado. No fim de um ano de mandato, Lula tem 38% de aprovação. 30% dos entrevistados classificaram o terceiro mandato do petista como “regular”, mesmo índice de “ruim ou péssimo”, enquanto 2% não souberam responder. 

Em relação às pesquisas anteriores durante o ano, a avaliação positiva de Lula se manteve estável em 38%. Já a reprovação oscilou um ponto percentual, de 31% para 30%. Segundo reportagem da Folha de São Paulo sobre o levantamento: “A gestão Lula também foi marcada até aqui pela falta de novas marcas, tendo reciclado, com maior ou menor grau de repaginação, diversos programas de seus mandatos anteriores, como o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e o Bolsa Família”.

O deputado federal Vander Loubet (PT) faz uma avaliação positiva dos 11 meses de mandato do governo Lula. Para ele, 2023 foi o ano de reorganização da casa, planejamento e preparação para novas políticas públicas e ações que serão executadas, nos próximos três anos.

“Nossa avaliação é muito positiva. Foi um ano muito desafiador e difícil para o Lula, por conta do que herdamos do governo passado, além, é claro, da polarização política do país. Mas, em vez de ficar simplesmente reclamando, Lula e sua equipe trabalharam para solucionar os problemas e isso é o mais importante, tanto na área política quanto nas questões práticas do governo. Um dos maiores exemplos disso é na área econômica, com o ministro Haddad perseguindo o cumprimento das metas fiscais para garantir a saúde financeira da União e ter condições de implementar o programa de governo que venceu as eleições em 2022”, diz Vander.

O deputado também destaca que em abril, a imprensa noticiou que o governo Lula já havia cumprido 1/3 das promessas de campanha. “Além da preocupação com as finanças públicas, com a busca pelas metas fiscais, acho que os maiores destaques são o retorno das políticas sociais que fazem a diferença na vida da maioria da população. Estou falando, por exemplo, do Bolsa Família, do Minha Casa Minha Vida, do Mais Médicos, da Farmácia Popular. Também temos o programa de retomada e conclusão das obras paradas, que vai garantir mais escolas, creches e postos de saúde em todo o país. Também não dá para deixar de fora a questão do aumento real do salário-mínimo”, acrescenta o deputado.

O professor da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), ex-candidato ao Senado e superintendente da SPU-MS (Superintendência do Patrimônio da União em Mato Grosso do Sul), Tiago Botelho (PT), diz que antes de avaliar o governo é importante destacar a situação que ele classifica como “caótica”, na qual o presidente Lula assumiu o Brasil. 

“Antes de expor uma avaliação, em si, é sempre importante lembrarmos da situação caótica na qual o presidente Lula assume o Brasil, com as instituições democráticas extremamente desmoralizadas. Então, em uma análise comparada, minha avaliação é muito positiva porque estamos vendo o Brasil sendo reconstruído diante do cenário internacional e nacional.

Mesmo com limitações em um governo de frente ampla, a garantia dos direitos previstos na nossa Constituição à população brasileira voltou a ser prioridade, são muitas ações de combate à fome, à miséria, proteção à vida, saúde, educação e emprego”, disse Tiago Botelho.

Para o superintendente, o Brasil já melhorou com a administração do PT. “Retomamos o protagonismo internacional e o resultado são investimentos e a celebração de vários acordos bilaterais. Quanto à renda da população, tivemos o programa inovador ‘Desenrola Brasil’, em que mais de 20 bilhões foram renegociados e as pessoas puderam quitar suas dívidas; novas propostas para o Minha Casa Minha Vida; reestruturação do Bolsa Família; valorização do salário-mínimo. Estamos chegando ao fim de 2023 com uma inflação muito menor do que a prevista pelo mercado”, finaliza.  

Oposição

Para o deputado federal Rodolfo Nogueira (PL), o primeiro ano da volta de Lula é extremamente negativo. Entre os pontos, na sua avaliação, estão: o retorno das invasões de terras, a política desarmamentista, a aproximação do Brasil de ditadores e a condução da economia brasileira.

“Foram tantas ações absurdas que Lula praticou que não cabe em uma página. A primeira crítica é em relação ao agronegócio, com a apologia desse desgoverno aos criminosos invasores de terras, o agronegócio sentiu na pele, com as crescentes invasões e o fomento de grupos terroristas, como o MST, FNL e seus dissidentes. Outro absurdo gigantesco foi o decreto desarmamentista de Lula e Dino. Além de colocar em risco nossa segurança alimentar, com esse decreto, esse desgoverno deixa todos os brasileiros vulneráveis diante da alta criminalidade que vivemos no nosso país. A proximidade com ditadores, como foi o caso da vinda de Maduro para o Brasil, também é algo que devemos lembrar com grande repúdio, pois estamos vendo a situação dos venezuelanos e quando temos um presidente que apoia um ditador, temos que ficar de olhos bem abertos”, disse.

Gastos excessivos e falta de combate à corrupção foram outros pontos de retrocesso apontados pelo deputado, nesse período. “Sem contar os gastos exorbitantes em viagens internacionais com o nosso dinheiro. Lula fica mais tempo fora do que dentro do país. As indicações de investigados em operações envolvendo crimes de corrupção em ministérios também é algo de extrema preocupação. E por último, a desoneração da folha de 17 setores da economia. Essa atitude vai levar o país a uma recessão e a altas taxas de desemprego. Infelizmente, esse é o governo do amor, o amor bandido”, declarou Rodolfo.     

Por – Daniela Lacerda 

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