Desemprego é o menor desde 2015 e MS tem um bom desempenho

Foto: Marcos Maluf
Foto: Marcos Maluf

Para economistas, cenário indica que se aproxima do ‘nível de equilíbrio’

No Brasil, o número de empregados registrados em carteira bateu a marca de 37,4 milhões, o maior desde janeiro de 2015. Os dados são da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A relação mostra diminuição na taxa de desocupação recorde, batendo 100,2 milhões de pessoas, um acréscimo, ao todo, de 862 mil nos últimos três meses. 

Em combate ao desemprego, os números positivos representam um saldo de +1,6%, ou seja, um adicional de 587 mil pessoas com carteira assinada nos últimos três meses. Já os profissionais autônomos são contabilizados em 25,6 milhões de pessoas, um aumento de 317 mil, ou seja, 1,3% na mesma comparação. 

Bons resultados já foram confirmados em Mato Grosso do Sul semanas atrás, na Carta de Conjuntura da Semadesc (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação) com base no Caged-MTE (Cadastro Geral de Emprego e Desemprego do Ministério do Trabalho e Emprego), referentes ao mês de outubro. 

No acumulado do ano, Mato Grosso do Sul criou 34.627 empregos formais, com destaque para os setores de Serviços (12.333), Agropecuária (6.076), Indústria (5.839 a mais) e Construção (5.645) e Comércio (4.734). Em termos de ranking nacional, o Estado ficou em 15º na abertura de novas vagas no acumulado do ano de 2023. Já no acumulado em doze meses, o saldo é de 29.525 de vagas formais criadas.

A análise por grau de instrução revela que a grande maioria dos empregos criados no acumulado do ano de 2023, se destinou a trabalhadores da produção de bens e serviços industriais, o que corresponde a aproximadamente 31,01% do total gerado. Seguido pelos trabalhadores dos serviços, vendedores do comércio em lojas e mercado compõem 23,52% do total gerado. 

Conforme explica a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy, isso mostra que “tanto os empregados quanto os trabalhadores por conta própria contribuíram para a expansão das taxas de ocupação no trimestre. Podemos dizer que há um ganho quantitativo, com o aumento da população ocupada, e qualitativo, com o aumento do rendimento médio”, explica. 

Com uma alta do rendimento médio estimado em 1,7%, ou seja, R$ 2.999, a cifra é a maior desde julho de 2020, quando os valores recebidos pelos trabalhadores fechavam em R$ 3.152. A taxa de desocupação, ou seja, grupo que inclui trabalhadores formais e autônomos, no trimestre, de agosto a outubro, ficou em 7,6%, a menor desde o trimestre encerrado em fevereiro de 2015, quando era de 7,5%. O índice apresenta recuo de 0,3 ponto percentual em relação à média de maio a julho de 2023. No mesmo período do ano passado, a taxa era 8,3%.

O economista Lucas Mikael explica que o prolongamento da crise econômica nos últimos anos acabou por pressionar o mercado de trabalho. “Jogou o desemprego a mais de 10%. Quando o Brasil ameaçou voltar a crescer, veio a pandemia. 2023 foi ano de estabilidade, o que explica a melhora nos números de desocupados. O total de pessoas ocupadas está aumentando e isso ocorre, principalmente, entre os que têm carteira assinada: isso, sem dúvidas, é positivo. O problema é que os números não são tão fortes quanto a taxa sugere. Além disso, estamos chegando perto do limite de crescimento do emprego, sem que esse avanço exerça pressão sobre a inflação”, pontua. 

Conforme avalia ainda o economista, o indicador também está próximo do que os técnicos chamam de taxa de equilíbrio. “Ela representa o patamar em que o mercado de trabalho não exerce pressão sobre a inflação. O nível de emprego pode influenciar o preço dos produtos à medida que eleva a renda de um maior número de trabalhadores. Assim, caso o quadro da economia permaneça como está, o desemprego deve parar de cair e apresentar uma estagnação já no início do ano que vem. O que, naturalmente, vai afetar a taxa de desocupados”, conclui o especialista. 

CLT e autônomo: Diferentes perspectivas 

O analista de suporte júnior, Lucas Leão Magalhães, 27, é um dos que representam a saída do desemprego no segundo semestre de 2023. Em transição de carreira desde 2021, o analista explica que tomou a decisão de mudar de área por estar insatisfeito com as condições de trabalho no mercado de contabilidade. “Pagam salários baixos e tem muita exploração de mão de obra barata. Em 2021, decidi trocar de área e a possibilidade de trabalhar em casa foi um dos motivos que me levaram a essa decisão. Eu já estava procurando, sempre gostei da proposta que a empresa entregava e quando surgiu uma vaga nas redes sociais, pedi a um conhecido para me indicar. Antes, eu tinha uma bolsa de estudos e depois que ela acabou, comecei a procurar emprego”, esclarece. 

Por outra perspectiva, o autônomo e CEO da Insider Estratégias, Rodrigo Miranda, 27, explica que para ele, o trabalho como empreendedor é a possibilidade, um pouco mais ambiciosa. 

“Eu trabalhava em uma agroindústria, tinha um plano de carreira, uma boa perspectiva de trabalho e estava sendo treinado para virar supervisor. Mas, a vida que eu queria conquistar e a qualidade de vida que eu queria ter demoraria muito, seguindo uma carreira tradicional e não empreendendo. Eu vi no empreendedorismo a única forma de conquistar essa qualidade de vida, esse crescimento pessoal no tempo que eu queria, ainda jovem, ainda antes dos 30. Eu olhava o salário do gerente da planta e eu demoraria uns 15 anos para conseguir”, destaca ele, que ainda argumenta que a perspectiva de ter, na carteira assinada, uma segurança, na verdade, é ilusória. 

Semana começa com mais de 5 mil vagas em MS

A semana começou recheada de oportunidades. Somente na Funtrab (Fundação do Trabalho) foram disponibilizadas ontem (4), 5.030 vagas em diferentes segmentos e com exigência de qualificação em diversos níveis. Destas, 2.134 vagas são para a Capital, principalmente, no setor de comércio e serviços.

Nesta terça-feira (5), equipes de recrutamento e seleção de 20 empresas estarão presentes nos segmentos de assessoria de cobranças, embalagens de ráfia, fast-food, restaurante, brinquedos, celular, prestadora de serviços, operadora de telefonia, alimentação, rede atacadista e supermercadista, obras de infraestruturas e recursos humanos. 

São 584 oportunidades nas áreas de Serviços, Indústria e Comércio nas funções de auxiliar de cobrança, auxiliar de produção, atendente de balcão, atendente de lanchonete, motofretista, estoquista, operador de caixa, empacotador à mão, vendedor interno, vendedor pracista, servente de limpeza, auxiliar administrativo, cozinheiro geral, nutricionista, auxiliar de estoque, auxiliar de cozinha, repositor de mercadorias (p/ jovens aprendizes), açougueiro, balconista de açougue, padeiro, vigia, assistente de prevenção e perdas, auxiliar nos serviços de alimentação, técnico de carnes e derivados, motorista entregador, mecânico de manutenção de caminhão à diesel, motorista de basculante, auxiliar de armazenamento, oficial de manutenção e jardineiro, além das mais de duas mil oportunidades disponíveis na Funtrab, em variadas áreas. 

Interessados devem se cadastrar com RG, CPF e Carteira de Trabalho. O Feirão acontece no piso térreo da Funtrab, na rua 13 de Maio, 2.773, Centro (entre ruas Dom Aquino e Cândido Mariano), das 8 às 16 horas.  

Por – Julisandy Ferreira

 

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