Rodovias de MS precisam de R$ 3,2 bilhões em investimentos

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Foto: Divulgação

Pesquisa anual identificou que 56,2% das estradas em MS estão em situação regular, ruim ou péssima 

A pesquisa da CNT (Confederação Nacional do Transporte) de Rodovias foi divulgada ontem (29) e avaliou toda a malha pavimentada das rodovias federais e os principais trechos estaduais. Neste ano, foram analisados 111.502 km no Brasil, dos quais 4.738 km estão em Mato Grosso do Sul, representando 4,2% do total pesquisado no Brasil. Em mais um ano, os dados do Estado indicam para a deficiência na pavimentação de 56,2% das vias, problemas de sinalização, a predominância das pistas simples em 95,5%, falta de acostamento em 42,0% e a necessidade de um investimento de R$ 3,2 bilhões em obras emergenciais.

Em Mato Grosso do Sul, a situação identificada pela CNT é que 56,2% da malha rodoviária pavimentada é considerada regular, ruim ou péssima; diferente de outros 43,8% tidos como ótima ou boa. Sobre problemas no pavimento, o índice é de 51,6% da extensão da malha rodoviária com algum problema; já outros 48,4% estão em condição satisfatória; 0,0% está com o pavimento destruído.

No quesito sinalização, a situação foi considerada regular, ruim ou péssima em 37,0% de toda a extensão; bem como, 63,0%, está ótima ou boa. O estudo indicou que 3,1% está sem faixa central; e 5,4% não tem faixas laterais, além disso, 44,9% dos trechos com curvas perigosas não têm sinalização.

Segundo a Confederação, em todo o Estado foram identificados 30 pontos críticos, que impactam diretamente no custo operacional, gerando um aumento de 26,6% nas operações de transporte, o que se reflete na competitividade do Brasil e no preço dos produtos. Neste ano, estima-se que haverá um consumo desnecessário de R$ 44,0 milhões de litros de diesel devido à má qualidade do pavimento da malha rodoviária no Estado. Esse desperdício custará R$ 289,58 milhões aos transportadores.

Além disso, a situação envolve um prejuízo de R$ 353,17 milhões em 2022, gerado por acidentes. No mesmo ano, o governo gastou R$ 44,90 milhões com obras de infraestrutura rodoviária de transporte. Do total de recursos autorizados pelo governo federal para a infraestrutura rodoviária, especificamente em Mato Grosso do Sul, em 2023 (R$ 387,42 milhões), foram investidos R$ 49,02 milhões até setembro (12,7%).

Em Mato Grosso do Sul, a lista de rodovias pesquisadas inclui a BR-060, MS-377 e a BR-262, em Água Clara; a BR-359, em Alcinópolis; a BR-419 e a BR-262, em Anastácio; a BR-267, em Anaurilândia; a BR-158 e a BR-436, em Aparecida do Taboado; BR-060, em Bandeirantes; BR-267 e MS-395, em Bataguassu; MS-276 e MS-134, em Batayporã; BR-267 e BR-060, em Bela Vista; MS-395 e BR-158, em Brasilândia; BR-163, em Caarapó; BR-060 em Camapuã; BR-262, BR060 e BR-163, em Campo Grande; BR-267, em Caracol; MS-306, MS112 e BR-158, em Cassilândia; BR376, em Deodápolis; BR-262, em Dois Irmãos do Buriti; BR-163, em Dourados; BR-267 e BR-060, em Jardim; BR-267 e BR-163, em Nova Alvorada do Sul; BR-267, em Porto Murtinho; BR-463, em Ponta Porã, dentre outras.

Pontos críticos em todo o país 

Quando se comparam os resultados por regiões do país, é possível identificar que a região Norte possui 1.019 pontos críticos. Além disso, no Nordeste, a pesquisa identificou outros 9.007 pontos. Acompanhado da região Sudeste, com 541 trechos críticos. Com número menor de trechos que requerem atenção, a região Sul obteve 129 registros. Por fim, a região Centro-Oeste contabilizou 52 pontos críticos.

Cenário nacional indica para 2,6 mil pontos críticos 

Em nível nacional, o estudo indicou que 67,5% da malha rodoviária pavimentada avaliada do país apresenta algum tipo de problema, sendo considerada regular, ruim ou péssima; 32,5% da malha é considerada ótima ou boa. No total, 2.648 pontos críticos foram identificados no país.

Tais resultados impactam diretamente na segurança de quem trafega por estas vias e na economia, uma vez que também encarecem o setor de transportes. Conforme o estudo, o aumento de custo operacional do transporte previsto é de 32,7%, o que se reflete na competitividade do Brasil e no preço dos produtos. Para recuperar as rodovias no Brasil, com ações emergenciais (reconstrução e restauração) e de manutenção, são necessários R$ 94,12 bilhões. Por outro lado, o prejuízo gerado por acidentes foi de R$ 13,40 bilhões, em 2022. No mesmo ano, o governo gastou R$ 6,70 bilhões com obras de infraestrutura rodoviária de transporte. Em 2023, estima-se que haverá um consumo desnecessário de R$ 1,1 bilhão de litros de diesel no país. Esse desperdício custará R$ 7,49 bilhões aos transportadores.

Por Michelly Perez.

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