Moradores do Mandela devem receber casas em até 8 meses

Foto: Famílias estão sendo assistidas e vivendo em barracas doadas pelo Exército Brasileiro/Nilson Figueiredo
Foto: Famílias estão sendo assistidas e vivendo em barracas doadas pelo Exército Brasileiro/Nilson Figueiredo

Credihabita no valor de R$ 86 mil será entregue a cem famílias, inicialmente

Durante reunião com lideres políticos e liderança da Comunidade Mandela, a prefeita Adriane Lopes anunciou, na tarde de ontem (21), que as 187 famílias atingidas pelo incêndio, na última quinta-feira (17), já têm moradia garantida. 

Das 187 famílias, 100 estão com documentação em dia e deve um lote e financiamento de até R$ 86 mil do Credihabita, que tem como objetivo auxiliar as famílias na construção, reforma, ampliação ou implementação de melhorias em suas moradias. 

As 87 famílias que estão de fora estão com a documentação irregular, no primeiro momento vão receber um lote e um kit com lona e madeiras para a construção provisória de um barraco em áreas escolhidas pela prefeitura. 

As áreas escolhidas foram Talismã, Iguatemi 1, Iguatemi 2 e José Tavares. “Famílias vão para áreas com saneamento básico, água e energia elétrica devidamente instaladas. Em cinco dias buscamos a melhor solução para as famílias e na próxima quinta-feira (23), vamos nos reunir com o governo federal e buscar uma solução para as 87 famílias que estão de fora do Credihabita”, concluiu a prefeita.

“Nós passamos o final de semana em um mutirão para garantir essas áreas para as famílias que já estão regularizadas, sendo que as que já têm crianças matriculadas continuam próximas à escola e as demais serão divididas nos outros parcelamentos. Todas as famílias serão atendidas e ninguém ficará de fora”, declarou a prefeita Adriane Lopes durante reunião com os representantes da comunidade. 

Em entrevista ao jornal O Estado, uma das lideres da Comunidade Mandela, Greicielle Ferreira, destacou que desde o dia do incidente estão tendo assistência e recebendo o apoio.

“Estamos sendo amparados desde o primeiro dia, não param de chegar alimentos, roupas e água, tudo que é necessário. Tendas foram instaladas pela Defesa Civil. Estamos de acordo com a decisão da prefeita, de readequar um local para nós. Precisamos de moradia digna para nossas famílias”, ressaltou. 

Como o jornal O Estado MS reportou, na edição do último sábado (18), após o incêndio de quinta-feira (16), uma força-tarefa foi montada para atender as vítimas, com o apoio de todas as pastas da Prefeitura de Campo Grande, Exército, Defesa Civil, Câmara dos Vereadores, concessionárias dos serviços de abastecimento e instituições sem fins lucrativos ou religiosas. O espaço, onde as tendas estão montadas, recebeu postes de iluminação, banheiros químicos, policiamento da Guarda Civil Metropolitana e valas foram abertas para evitar que a água da chuva entre nas moradias improvisadas.

As famílias da Favela do Mandela já estavam sendo atendidas pela Emha (Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários). Eram 186 “selados”, barracos habitados numerados e monitorados pela agência, em que nove dessas famílias foram retiradas do programa de moradias por terem sido contempladas com casas, anteriormente. 

“Serão 220 casas construídas no Cristo Redentor 2, onde toda a nossa comunidade será priorizada, as casas que passaram pela triagem. Somos 186, então as outras casas vão para algumas famílias que se fixaram próximas a uma lagoa, lá no Cristo Redentor, mesmo. Só precisamos saber se ficaremos juntos ou se haverá alguma separação por bairro”, explica a líder comunitária.

Doações seguras

Até que tudo seja definido e as famílias fiquem nas tendas do Exército, eles ainda necessitam da solidariedade das pessoas. O indicado é que os produtos sejam doados diretamente no local, para que não caiam em golpes. 

“Reforçamos para que as pessoas não enviem Pix para grupos não autorizados. Não mandem dinheiro, façam compras e tragam até aqui que administramos. Os únicos gruposque estão autorizados a receberem Pix é a Cufa [Central Única das Favelas] de Campo Grande ou Sorriso Feliz. Pessoas que não conhecemos ou que se dizem lideranças de bairros não podem receber. Compre as coisas, o que desejam doar e tragam para cá”, concluiu Greiciele. 

“Doar o que pode”, significa muito para as famílias, como é o caso dos alunos do curso de cabeleireiros do Senac, que  dedicaram um dia para colocar a autoestima dos moradores em dia. “A gente sempre faz ações sociais e, como essas pessoas estão em situação de vulnerabilidade, nós viemos para colocar a mão na massa e ajudar com o que podemos. Se cada um fizer a sua parte, podemos melhorar a situação dos nossos semelhantes. O pouco que fazemos pode ser muito para eles”, disse o cabeleireiro e professor Rodolfo Parangaba.

Quer ajudar as famílias da Favela do Mandela? 

Doações podem ser feitas no FAC (Fundo de Apoio à Comunidade), localizado na Av. Fábio Zahran, 6.000, que também disponibilizou o telefone 2020-1361. Para quem prefere levar até o ponto de triagem deles, a Comunidade fica na rua Elmira Ferreira de Lima, próximo ao número 147, no bairro Coronel Antonino.

 Entre os itens que podem ser doados estão: alimentos, produtos de higiene, fraldas descartáveis, enxoval de cama e de banho, material de construção e outros produtos básicos.

Por – Thays Schneider e Kamila Alcântara

 

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