A decisão tomada pelo TSE, na terça-feira (31), tornando o ex-presidente Bolsonaro (PL) e o general Walter Braga Netto, ex-candidato a vice-presidente em sua chapa nas eleições do ano passado, não causou surpresa entre os políticos bolsonaristas de Mato Grosso do Sul.
Procurado pelo jornal O Estado, o deputado estadual João Henrique Catan (PL) criticou a decisão que, a seu ver, foi injusta e infundada. “Mais uma vez, um julgamento político ocorreu, deixando Bolsonaro e Braga Netto inelegíveis. Não concordamos com essa decisão. Tenho certeza que os advogados já estão se preparando para recorrer. Isso é vergonhoso para a nossa história. Qual é o crime que eles cometeram? Mais uma vez, isso contribui para que a direita brasileira se una ainda mais, que fiquemos fortes. Uma coisa é fato: estaremos sempre no campo oposto ao PT e a seus aliados! Quem deseja tornar o presidente Bolsonaro e o Walter Braga Netto “inelegíveis” são aqueles caras que advogaram para PT ou PSDB antes de se tornarem ministros por indicações pessoais e contaminadas de inveja daquele que derrotou todos estes partidos, usando um discurso de Deus, Pátria, Família e Liberdade.”
Na mesma linha de pensamento, o deputado federal Marcos Pollon (PL) foi além e mais uma vez alertou para a eminência de o país viver numa ditadura. “O que a gente observa é, mais uma vez, a velha prática de todo foro de São Paulo. Isso aconteceu na Nicarágua, na Venezuela, evidentemente, isso aconteceu no Brasil com o Bolsonaro. No entanto, eles não contavam com o fato de que Bolsonaro é muito maior que as eleições. E o fato dele ter se tornado inelegível não o enfraqueceu em nenhum ponto, tornou ele ainda mais forte, por ter sido vítima de uma das maiores injustiças da história do Judiciário brasileiro. Dessa forma, eles precisam, têm a urgência de neutralizar todo aquele que pode representar o presidente, Jair Messias Bolsonaro, nas eleições de 2026. Desta forma, eles estão buscando, de maneira desesperada, tornar inelegível todo aquele que está no entorno do presidente e pode figurar como um nome vencedor para as eleições de 2024, 2026. Isso é um tremendo absurdo! Mais uma vez, uma decisão política, sem qualquer tônus de juricidade, o que nos deixa cada vez mais próximos de uma ditadura. É aquela velha máxima, todos os grandes ditadores fizeram isso, sob o discurso de que estavam defendendo a democracia”, pontou.
A decisão estabelece a inelegibilidade de Walter Braga Netto até 2030. Além disso, tanto Bolsonaro quanto Braga Netto foram multados em R$425 mil e R$ 212 mil, respectivamente. A defesa pode apelar ao TSE contra a condenação e, em último caso, ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Por Daniela Lacerda
Confira mais notícias na edição impressa do Jornal O Estado do MS.
Acesse as redes sociais do O Estado Online no Facebook e Instagram.
Leia mais: