Percepção sobre a renda atual está melhor e tem estimulado o consumo e o mercado de trabalho
Após dois anos que a pandemia causada pela covid-19 se estabilizou no Brasil, o comércio segue aproveitando as oportunidades para registrar índices melhores no consumo. Conforme levantamento feito pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), o mês de outubro atingiu 108 pontos, demonstrando o maior resultado desde janeiro de 2020, período que precedeu a pandemia, quando os números apresentavam uma média de 109,9 pontos. Ainda para este ano, a expectativa é um aumento ainda maior com a chegada do Natal, que já tem movimentado as lojas da Capital.
A pesquisa de ICF (Intenção de Consumo das Famílias) revelou ainda que o índice de reação apresentou aumento em +11% com relação aos bens duráveis. Quanto à geração de empregos, os números são positivos, pois 57,9% dizem se sentir mais seguros do que em igual período do ano passado e 59,4% esperam alguma melhora profissional para os próximos seis meses.
Segundo a economista do IPF-MS (Instituto de Pesquisa da Fecomércio MS), Regiane Dedé de Oliveira, explica que desde junho deste ano, é possível perceber um crescimento continuo nas intenções de compra. “Há uma melhora na percepção sobre a renda atual, o que está relacionado à desaceleração da inflação. Da mesma forma, as perspectivas profissionais melhoraram, porém houve uma piora quando o assunto é o acesso ao crédito, entre aquelas famílias que têm menor poder aquisitivo, ou seja, cuja renda é de até dez salários-mínimos”, explica a economista.
Realizada nos últimos dias de setembro, pois a pesquisa é feita pelo menos dez dias antes de sua divulgação, a ICF é um indicador com capacidade de medir com a maior precisão possível a avaliação que os consumidores fazem sobre aspectos importantes da condição de vida de sua família, tais como a sua capacidade de consumo, atual e de curto prazo, nível de renda doméstico, segurança no emprego e qualidade de consumo, presente e futuro. O índice 100 demarca a fronteira entre a avaliação de insatisfação e de satisfação do consumidor: abaixo de 100 pontos indica uma percepção de insatisfação, enquanto acima de 100 indica o grau de satisfação em termos de seu emprego, renda e capacidade de consumo.
Natal de 2023 promete ser de recordes de venda
Considerada a melhor data para os comerciantes, o Natal, sem dúvida, já tem demonstrado movimentação tímida, porém expressiva na cultura e na economia. Afinal, em lojas tradicionais do centro da cidade, como o Bazar São Gonçalo, utensílios e árvores de Natal já podem ser encontrados.
A gerente de loja, Debora Bandeira, 41, argumenta que em decorrência da pandemia e também das obras que interditaram, por diferentes períodos, a 14 de Julho, o comércio sentiu os números caírem. Mas que em 2023, há um sentimento otimista quanto às vendas. “Na pandemia foi bem parado, porque já viemos de uma reforma no centro e que já tinha dado uma defasada boa no comércio da região central. Com a pandemia caiu bastante o movimento também. No ano passado, já deu uma melhorada e neste ano, graças a Deus, está bem melhor. É em novembro que começa mesmo, a gente já montou e começou a vender algumas coisas, inclusive já chegamos a vender árvores essa semana”, afirma a gerente, que observa, ainda, que é esperado um aumento de 10% a 20% em relação ao ano passado.
A gerente da loja Koch Presentes, Rosemary Koch, 40 anos, explica que os itens preferidos do público são aqueles que têm movimento, luz e são muito coloridos, porque chamam a atenção das crianças e “vende muito bem”, segundo ela. A gerente explica ainda que, embora a pandemia mundial tenha afetado diversos setores economicamente de forma drástica e negativa, não foi o que aconteceu na Koch Presentes, que sentiu um aumento nas vendas em, pelo menos, 40%, em média.
Como afirma a gerente, na verdade, o setor foi beneficiado, pois as pessoas não estavam viajando, estavam em casa e, com isso, percebiam a necessidade de decorar mais e até trocar alguns itens. “Eles compraram tudo, trocaram os copos, trocaram tudo. Como estavam dentro de casa, viram a necessidade de arrumá-la, mudar um pouco. As pessoas viam essa necessidade de decorar e para nós foi muito bom e ainda melhor na pandemia. Estava todo mundo em casa, não estavam gastando com viagens, então todos decoraram a casa. Foi o setor mais privilegiado por conta disso”, pontuou Koch.
Na loja, que apresenta variedades de itens e preços, a árvore mais barata, que tem em torno de 90 centímetros, pode ser encontrada a R$ 89,99, enquanto a árvore mais robusta é comercializada a R$ 8 mil. Já o público consumidor desses produtos é sobressalente entre as famílias e casais com filhos, que tornam a montagem da árvore e a decoração de Natal uma tradição afetiva.
Por –Julisandy Ferreira
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