Vendas no comércio varejista sul-mato-grossense caem -0,9%

Foto: Para economista, queda
nas vendas no mercado
interno pode indicar o
aumento no externo/Nilson Figueiredo
Foto: Para economista, queda nas vendas no mercado interno pode indicar o aumento no externo/Nilson Figueiredo

Produtos importados e política monetária são atribuídos à queda de agosto

A esperança deve ficar no movimento dos últimos meses do ano, já que o setor do comércio varejista de Mato Grosso do Sul apresentou queda de 0,9%, na passagem de julho para agosto. No mesmo período, em 2022, a queda foi de 7,3%. É o que aponta a PMC (Pesquisa Mensal do Comércio), produzida pela IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas). 

Para o jornal O Estado, o especialista e economista Odirlei Dal Moro informou que atribui, por meio de uma análise estrutural, a redução no volume das vendas a dois fatores: aumentos nas compras de produtos importados e a política monetária. 

“O mercado externo eu citaria como um motivo. Os produtos importados hoje, via sites de importação, o consumidor consegue preços, por vezes, melhores, mesmo com a tributação e tem a questão da comodidade, também. É uma junção de preço e comodidade. Grande parte das vendas está sendo direcionada às importações do que ao mercado interno. Por isso que o reflexo é a queda nas compras”, continua o especialista. 

“Outro motivador são os efeitos da política monetária. Passamos muito tempo com os juros elevados, na economia brasileira. Quando o Banco Central aumenta a taxa de juros, por exemplo, o efeito na sociedade ocorre ao longo dos 12 meses, podendo chegar a até nove, é o que nós, economistas, chamamos de problema de inconsistência intertemporal da política monetária. O que vimos ali, em agosto, e junho desse ano é o reflexo dos juros elevados, nove meses antes de agosto. Algo relativo ao começo de 2023, quando os juros estavam elevados”, conclui Dal Moro. 

Na série sem ajuste sazonal, frente a agosto de 2022, o volume do comércio varejista sofre variação uma de -0,1%. A variação acumulada em 12 meses ficou em 4,1% e a variação acumulada no ano fechou em 2,7%

Comércio ampliado

No comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e de material de construção, houve alta no mês de agosto (2,4%). O acumulado em 12 meses apresentou variação negativa de 4,0%, assim como a variação acumulada no ano (-7,5%). 

No Brasil, o volume de vendas do comércio em agosto variou -0,2%, frente a julho de 2023. Na comparação com agosto de 2022, houve alta de 2,3%. No indicador dos últimos 12 meses, o crescimento foi de 1,7% e o acumulado no ano, 1,6%. 

“Essa variação é identificada como estabilidade. Excluindo-se janeiro (4,0%) da série histórica de 2023, a maior parte dos indicadores mostra estabilidade. Com exceção de março, com alta de 0,7%, maio, com queda de 0,6% e julho, com alta de 0,7%, os demais meses indicaram variações próximas a zero, ou seja, foram 4 meses de estabilidade e 3 de volatilidade baixa. A leitura para agosto é estabilidade, após uma alta de baixa amplitude (0,7%) em julho”, comenta o gerente da PMC, Cristiano Santos.

Na contramão 

O volume de vendas do comércio varejista teve equilíbrio entre taxas negativas e positivas, na passagem de julho para agosto de 2023, na série com ajuste sazonal. Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-4,8%), Livros, jornais, revistas e papelaria -3,2%), Móveis e eletrodomésticos (-2,2%) e Tecidos, vestuário e calçados (-0,4%), obtiveram taxas negativas. 

Já setores com motivos para comemorar foram: Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,9%), Combustíveis e lubrificantes (0,9%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (0,2%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (0,1%) tiveram taxas positivas, de julho para agosto de 2023.

Por – Suzi Jarde

 

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