Trabalhadores de carvoaria denúncia patroa por trabalho análogo à escravidão

Divulgação/ O Pantaneiro
Divulgação/ O Pantaneiro

Dois funcionários de uma carvoaria, localizada em uma fazenda de Miranda, a 207 quilômetros de Campo Grande, procuraram a polícia para denunciar uma mulher por mantê-los em condições análogos a escravidão. O caso aconteceu no último dia 4 deste mês. As vítimas relataram que o local de trabalho possuía péssimas condições de trabalho e os funcionários eram submetidos a usarem água de açude para se alimentar. 

Conforme informações do boletim de ocorrência, as 13 vítimas que trabalhavam no local, cumpriam 8 horas por dia e na última semana, um dos tratores da fazenda, que disponibiliza água da sede quebrou, onde ficaram sem água potável para alimentação. Com isso, as vítimas tiveram que usar a água de um açude próximo da fazenda, para consumo geral. 

Revoltados com a situação precária, os funcionários também relataram aos policiais que foram pagos de forma indevida sobre os serviços prestados na fazenda. Aos policiais, eles relataram que um deles teria feito 46 abastecimentos de forno com madeira, porém recebeu apenas 23. Ao questionar a patroa, foi informado que receberia apenas 23 abastecidos, totalizando o valor de R$ 920 e que o dinheiro seria abatido em dívidas que tinha com ela. Por isso, não receberia nenhum custo dos serviços.  

Durante o interrogatório, os policiais o questionaram as vítimas sobre as dívidas, quando foram informados que a mulher possuía um comércio de alimentos e higiene pessoal, no qual ofertava produtos nos valores abusivos, como um repelente no valor de R$ 70 ou uma garrafa térmica de 5 litros que era vendida em R$ 150 reais aos funcionários.   

Um outro funcionário que esteve também na delegacia, relatou que R$ 1 mil para receber por abastecimentos de fornos e que foi informado que não receberia nada por causa de produtos em que acabou comprando nesse comércio.  

Os policiais também foram informados que um vigilante ameaça os trabalhadores de morte e já é visto por outros trabalhadores agredindo funcionários. 

O caso foi registrado como redução à condição análoga à de escravo na Delegacia de Polícia de Miranda.  

 

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