Para o Inmet, 40% das Capitais tiveram estação mais quente da história
O inverno deste ano surpreendeu a todos devido às altas temperaturas que foram registradas. Conforme levantamento realizado pelo Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), 40% das Capitais brasileiras tiveram a estação mais quente da história. As cidades registraram um incremento médio de 0,5ºC a 3,4ºC nos termômetros, na comparação com a primeira década do século.
A Capital de Mato Grosso do Sul, segundo a análise, não registrou recorde de temperaturas para a estação, contudo, apresentou aumento na temperatura média, na comparação entre os anos 2000- 2019. Contudo, o mesmo levantamento indica que Campo Grande obteve um aumento de 2ºC na temperatura média do inverno de 2023, na relação com a primeira década do século. Historicamente, as cidades das regiões Centro-Oeste e Norte são as que mais aquecem no inverno, devido à maior radiação solar, que inibe a formação de nuvens e eleva a temperatura, o que explica o forte aumento das médias em Cuiabá e Manaus. Recentemente, o meteorologista Natálio Abrão Filho utilizou a Tribuna da Câmara de vereadores da Capital para alertar a população sobre as condições extremas do clima nos próximos dias, em Campo Grande. Segundo ele, o calor deve aumentar e bater recordes de temperatura durante o mês de outubro.
“O Estado e a Capital estão com as temperaturas muito acima das médias históricas dos últimos anos. E essas temperaturas são os limites. Mas, acreditem: o pior está por vir. Os modelos que encontramos para Mato Grosso do Sul e para Campo Grande não indicam condições favoráveis que permitam que a população tenha condições agradáveis nesses valores que virão”, alertou.
Em relação à temperatura máxima, o maior registro do inverno no Mato Grosso do Sul, em 2023, foi em Três Lagoas, chegando a 40,1ºC, em Campo Grande, marcou 33,9ºC. Nesse ano, na mesma estação referente, a máxima marcada foi em Água Clara, com 42,2ºC , na Capital, a temperatura chegou a 34ºC. Além disso, a umidade relativa do ar também despencou e atingiu 9% em Rio Brilhante – o ideal recomendado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) é 60%.
“As temperaturas máximas chegam a 37 graus em Campo Grande. Há cidades ultrapassando os 43 graus. Ontem, em Três Lagoas, a sensação térmica foi de 47 graus. Do dia 10 até 21 de outubro, esses valores foram ultrapassados. Fica o alerta, principalmente para Campo Grande. Entre esses dias, a temperatura média é de 42 graus, com sensação térmica de 48”, alertou o meteorologista Natálio Abrão Filho.
Aquecimento global
O aquecimento do inverno brasileiro não é um fenômeno restrito a 2023 ou aos últimos anos. Para a meteorologista Danielle Barros Ferreira, do Inmet, trata-se de apenas mais um ano na reta crescente do aquecimento global.
“Não é uma particularidade do Brasil, um malefício só nosso. A combinação entre El Niño (aquecimento do Pacífico) e o aquecimento global das últimas décadas nos leva a novos recordes de mudanças no padrão do clima. Eles serão cada vez mais frequentes, em qualquer parte do planeta”, afirma.
Previsão para outubro
Conforme a meteorologia, para esta semana há previsão de pancadas de chuva e volumes que não devem ultrapassar os 40 mm. As temperaturas para o sul do Estado são estimadas próximas ou pouco abaixo da média. Os dias consecutivos de chuvas poderão amenizar a alta temperatura, chegando a valores inferiores a 20°C.
Nesta segunda-feira (2), Campo Grande deve ter máxima de 34ºC e mínima de 22ºC, com chuva isolada na cidade. Na terça-feira (3), os termômetros devem variar entre máxima 37ºC e mínima de 22ºC, com pancadas de chuvas isoladas. Cenário semelhante ocorre na quarta- -feira (4), quando a máxima será de 36ºC e a mínima, 24ºC.
Por Inez Nazira
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