Advogado de acusado do 8/1 diz que ministros do STF são odiados

Foto: Advogado de acusado do 8/1 diz que ministros do STF são odiados/Pedro Ladeira
Foto: Advogado de acusado do 8/1 diz que ministros do STF são odiados/Pedro Ladeira

Supremo iniciou julgamento de réus dos atos contra os Três Poderes

O primeiro julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal) de um réu pelos ataques de 8 de janeiro, nessa quarta- -feira (13), deixou frente a frente Alexandre de Moraes e um desembargador aposentado, que já acusou o ministro de “inflamar” o Brasil, no discurso de posse, em 2022, como presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). 

Hoje advogado, Sebastião Coelho da Silva disse que Moraes é suspeito de julgar o caso, que não deveria participar da análise da ação e que o julgamento é político.

“A defesa entende que vossa excelência é suspeito para julgar esse caso e vossa excelência pode fazê-lo a qualquer momento, porque a suspeição é de foro íntimo”, afirmou Coelho da Silva. “Faço apelo para que Vossa Excelência o faça”, acrescentou. 

Ele disse ainda que os ministros do Supremo são “as pessoas mais odiadas do país”.

“Eu quero dizer, com muita tristeza, que nessas bancadas aqui, nesses dois lados, estão as pessoas mais odiadas desse país. Infelizmente. Quantas fotos tenho com ministros dessa corte?”, questionou. 

“Vossas Excelências têm que ter a consciências que Vossas Excelências são pessoas odiadas desse país. Essa é uma realidade que alguém tem que dizer e Vossas Excelências têm que saber disso.” 

O desembargador aposentado é representante de Aécio Lúcio Costa Pereira, ex-funcionário da Sabesp (companhia de saneamento de São Paulo), preso em flagrante dentro do Congresso pela Polícia do Senado.  

Em agosto do ano passado, o então desembargador fez críticas ao ministro, em sessão do TRF-DF (Tribunal Regional Eleitoral do DF), tribunal do qual ele era vice-presidente. 

Coelho da Silva disse que Moraes fez “declaração de guerra ao país”, em sua fala diante de Jair Bolsonaro (PL) e de ex-presidentes, em vez  de adotar tom conciliatório no TSE. Na sessão dessa quarta, ao defender Pereira, o advogado afirmou que tem sido intimidado pelo CNJ (Corregedoria Nacional de Justiça). 

“Fui informado de que o Conselho Nacional de Justiça, por meio do ministro Luis Felipe Salomão, abriu um procedimento para apurar a minha conduta enquanto magistrado. Todos sabem que estou aposentado desde 16 de setembro do ano passado. Eu considero isso uma intimidação”, afirmou, no início do julgamento. 

Ele disse que ia disponibilizar o imposto de renda e extrato bancário aos órgãos  de investigação e à imprensa. “Sou um homem idoso, 68 anos, com alguns probleminhas de saúde, que posso morrer a qualquer momento e não tenho mais tempo para ter medo de nada.”

Seu cliente é acusado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) de crimes como associação criminosa armada, abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, além de dano qualificado pela violência e grave ameaça, com emprego de substância inflamável, contra o patrimônio da União e com considerável prejuízo para a vítima.

 

Por – José Marques

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