Produtores questionam imagem de reserva atingida por incêndios em 2020

queimadas pantanal
Foto: Divulgação/Santiago- Ilustrração

Vegetação local possui óleos em sua folhagem, o que contribui para maior incidência de queimadas

 

Em 2020, o Pantanal foi atingido pela maior tragédia de sua história. Entretanto, nos últimos dias, uma imagem da Lasa (Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais), da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), tem intrigado produtores rurais da região do Pantanal. Isso porque, segundo eles, a imagem aponta que apenas 84,2 % do Parque Estadual Encontro das Águas foi atingido pelo fogo. 

“Parque Estadual Encontro das Águas com 84,2 % de área queimada, colocados como se fosse só isso os incêndios daquele ano. Mas isso é um retrato parcial, na verdade, a reserva do Sesc queimou inteirinha e a reserva Parque Nacional do Pantanal, que praticamente queimou durante o ano todo, a Reserva Estadual do Parque do Guirá, bem como o Parque do Taiamã”, disse o produtor rural Armando Lacerda. 

Segundo dados, os incêndios de 2020 destruíram cerca de 4 milhões de hectares. Dados apontam que 26% do bioma foi consumido pelo fogo, uma área maior que a Bélgica foi consumida pelo fogo. Cerca de 4,6 bilhões de animais foram afetados e ao menos 10 milhões morreram. “Foram incêndios que demandaram um grande esforço público, de aviões, de bombeiros, de tudo”, reiterou Lacerda. 

O produtor explicou ainda que a vegetação do Pantanal tem um teor de óleo muito grande e por isso os incêndios. “As pessoas falam do Morro do Azeite imaginando que era um azeite que minasse do solo e não é, a água vem do carandazal Caramba e vai liquefazendo a cera do carandá, que é primo da carnaúba, e tem muito óleo na folha e isso, com o calor no período da enchente que está terminando agora, cria-se uma camada de óleo sobre o que sobrou da enchente, sobre o material decomposto, preparando um próximo incêndio.”

“A tese é que para manter as reservas como estão mantidas no Pantanal tem que ter medidas mitigadoras, para controlar incêndios, porque toda a sociedade paga e fica-se procurando culpado, todo ano eles procuram que ateou fogo, mas não necessariamente foi alguém que causou”, pontuou. 

A equipe do jornal O Estado entrou em contato com a Lasa- -UFRJ questionando a imagem apresentada pelo produtor e se realmente estava apontando que apenas o Parque Estadual Encontro das Águas foi atingido pelo fogo. 

“A imagem enviada é uma mera ilustração, onde destacamos apenas duas regiões (TI Kadiweu e PE Encontro das Águas). Não foi o objetivo mostrar todas as regiões em detalhe e não deve ser analisada fora do contexto para o qual ela foi idealizada. Além disso, vale a pena ressaltar que a imagem enviada se refere ao período de 1º de janeiro a 16 de setembro 2020 (como indicado na legenda)”, destacou o Laboratório, em nota enviada ao jornal O Estado.

Reprodução

TCE-MS libera intervenções emergenciais em estradas

 

O Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul revogou a medida cautelar que suspendeu todo e qualquer ato e procedimento relativo às obras para implantação em revestimento primário de rodovia não pavimentada relacionadas nos processos TC/MS 494/2023, 796/2023, 19410/2022, 6762/2023, 10196/2023, 837/2022 e 9663/2021, e autorizou que sejam realizadas tão somente intervenções emergenciais para que as obras iniciadas suportem o período de chuvas. A decisão está publicada em edição extra n. 3524, no Diário Oficial Eletrônico do TCE-MS, de ontem (25 de agosto).

O presidente do TCE-MS, conselheiro Jerson Domingos, determinou, à Agência Estadual de Gestão e Empreendimentos de Mato Grosso do Sul (Agesul), a apresentação de estudo e licenças ambientais dentro do prazo de 120 dias. 

Cabe destacar que o TCE-MS suspendeu 16 contratos para implantação e revestimento primário de 608 quilômetros de rodovias no Pantanal sul-matogrossense.

 

Por Rafaela Alves – Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul.

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