Mesmo com vacinação gratuita, falta de cobertura faz incidência aumentar no país

Foto: Prefeitura de Três Lagoas
Foto: Prefeitura de Três Lagoas

A doença infectocontagiosa, chamada coqueluche, é causada por uma bactéria, a Bordetela Perturces, cujo quadro caracteriza-se, principalmente, por tosse prolongada. Essa enfermidade pode afetar todas as faixas etárias, porém, quem mais sofre com essa doença, quando acometido, são crianças menores de um ano de idade.

Recentemente, uma nota emitida pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) acendeu um sinal de alerta, ao informar que a Bolívia, fronteira com Mato Grosso do Sul, está enfrentando um surto de coqueluche. De acordo com a secretaria, já existem três casos confirmados da doença no Estado, e a Prefeitura de Campo Grande alerta sobre a necessidade de manter a caderneta de vacinação das crianças atualizada, uma vez que essa é a principal forma de prevenção à doença, que já resultou em óbitos, no país vizinho.

O jornal O Estado conversou com o médico pediatra Alberto Jorge Félix, que reafirmou o alerta e a motivação da volta desta doença, em que uma das razões, infelizmente, é a baixa cobertura vacinal. “A gente tem vacina gratuita, em qualquer local e qualquer criança pode receber sua dose, é inadmissível, mas, realmente, devido ás baixas coberturas vacinais, a coqueluche tem aumentado a incidência em todo o país”, disse.

Ele ainda cita que a principal prevenção, é a vacina, que é segura, eficaz e altamente indicada para todas as pessoas, mas, caso seja contraída, o tratamento é feito basicamente com antibióticos específicos. “Às vezes, com suporte de ventilação e oxigenação, quando é necessário, especialmente nas crianças pequenas, e com certeza os antibióticos”, explicou.

A cobertura vacinal na cidade caiu significativamente, nos últimos anos, com menos doses da vacina pentavalente, que protege contra coqueluche, difteria, tétano, hepatite B e haemophilus influenza B.

Em 2022, a vacina é indicada apenas para 79,53% do público-alvo, enquanto a taxa de cobertura recomendada pelo Ministério da Saúde é 95%. Até agora, apenas cerca de 30% da população que deveria ser vacinada recebeu a vacina até 2023

Em Campo Grande, nove casos suspeitos foram notificados este ano, todos já descartados. Em 2020, ano em que foi registado o último caso confirmado, registaram- -se 9 casos suspeitos, dos quais 2 foram confirmados.

Estes casos podem ser de crianças menores de seis meses, que tossiram por pelo menos dez dias com outros sintomas, como tosse súbita incontrolável, tosse rápida e curta, sibilos inspiratórios, vômitos pós-tosse, cianose, falta de ar ou engasgos. Crianças com seis meses ou mais também são consideradas suspeitas, se apresentarem os mesmos sintomas, tossir por pelo menos 14 dias ou tossir e ter tido contato com um caso positivo confirmado laboratorialmente.

 

Por Camila Farias – Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul.

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